Jacobina Mineração realizou nesta sexta (22/02) primeiro simulado de emergência de barragens do Nordeste
A Jacobina Mineração e Comércio (JMC) realizou, nesta sexta-feira, 22 de fevereiro, um simulado para situações de emergência em sua unidade na Bahia. O exercício foi realizado em parceria com as Defesa Civil de Jacobina e do Estado e tem o objetivo de preparar os moradores e equipes de atendimento para emergências, com base na cultura de prevenção a acidentes da empresa. “É essencial promover uma consciência de segurança na sociedade, seguindo o exemplo de outros países, que já entenderam a importância da preparação como prioridade constante. É um estímulo para todos incorporarmos a cultura da prevenção no seu cotidiano. Esse momento é, mais que uma determinação legal, um marco importante para Jacobina, pois seremos pioneiros no Nordeste na realização de um simulado desse tipo”, disse Sandro Magalhães, gerente geral da JMC.
O pioneirismo da empresa despertou o interesse de 43 órgãos e empresas para treinamento prévio ao exercício. Compareceram ao simulado e a uma palestra ministrada na quinta-feira, 21/02, membros da Defesa Civil de Alagoas, Sergipe, Ceará e outros 10 Estados; além de representantes da Universidade Federal da Bahia, da Ferbasa, da Petrobras, e das empresas de mineração Caraíva, LeaGold, Vanádio, Mirabela, Nexa Resources, Fazenda Brasileiro. "Esse simulado está servindo de modelo por ser o primeiro do Nordeste. E não é o primeiro de barragem de mineração, é o primeiro de todo tipo de barragem, seja de hidrelétrica, de rejeitos química e de água. Outra vantagem é que o modelo de plano de ação emergencial que a empresa criou poderá ser utilizado pelas cidades em outras situações de risco como enchentes e incêndios", afirmou o diretor-superintendente de Proteção e Defesa Civil – SUDEC da Bahia, Paulo Sérgio Luz.
Entenda como foi o exercício
Durante o simulado a JMC avaliou a aplicação do seu plano de evacuação dos moradores de Canavieiras, Couro Velho, Pontilhão e Pontilhão de Canavieiras. Os bairros foram escolhidos para o exercício porque estão localizados a 7 km da barragem, na chamada zona de autossalvamento. Outras comunidades também receberam os treinamentos de emergência aplicados pela empresa, só não foram selecionadas para participação do simulado por não estarem nesta área.
Cerca de 400 pessoas de 150 residências foram sensibilizadas para o exercício que, também envolveu 60 colaboradores da JMC e 175 visitantes, entre órgãos apoiadores e empresas convidadas para aprender com a experiência.
Um relatório com o balanço do simulado ficará pronto em aproximadamente 40 dias, quando a empresa fará um balanço do que precisará ser alterado em seu Plano de Ação de Emergência.
A primeira etapa do exercício consistiu na equipe geotécnica simular que encontrou, durante sua atividade diária de monitoramento, uma inconformidade com potencial de acarretar danos à barragem. Mas, para isso foi escolhido uma situação em que o reservatório estivesse em sua capacidade máxima e, durante o monitoramento, fosse detectado o aumento do nível de água no sistema. Paralelamente calculou-se que a cidade foi acometida por um volume de chuva maior do que o registrado nas últimas décadas.
Após determinar o nível da situação a coordenação de barragem e a gerência geral decidiram iniciar todas as ações do plano de atendimento à emergência dentre elas o acionamento dos alarmes para que a população pudesse iniciar o procedimento de evacuação.
Concomitante ao acionamento da sirene, enquanto a comunidade se deslocava, a gerência geral, por sua vez, reuniu o Comitê de Gerenciamento de Crise composto por departamentos internos da empresa, além de órgãos e entidades externas. Foi instalada a estrutura de um Posto de Comando com um coordenador da Defesa Civil municipal, um coordenador do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (Paebem) da empresa, as equipes de ambulância da empresa, entre outros.
Ao lado foram montadas tendas para que os demais órgãos participantes do exercício pudessem acompanhar as tomadas de decisão. Na sequência do exercício foi simulada a interrupção do envio de rejeitos das minas, a brigada de incêndio da empresa foi acionada, os órgãos externos como IBAMA, INEMA, Sindicatos e Ministério Público são informados da situação, as vias foram bloqueadas pela Polícia Rodoviária para evitar que moradores externos entrassem em áreas de risco do acidente simulado. A produção interna da empresa foi interrompida para direcionar os equipamentos para desobstruir na zona de inundação projetada da barragem. Foram adquiridos insumos e os recursos necessários para a população, entre outras medidas até se chegar à previsão de resgate da população.
Instruída em treinamentos e em palestras desde 2018, a população iniciou a evacuação para pontos de encontro pré-estabelecidos com base no mapa de inundação da ruptura hipotética da barragem. Um desses pontos está em frente a barragem, outro na entrada da mina de Canavieiras, outro em frente à Embasa, um na comunidade de Canavieiras, quatro na comunidade Pontilhão, um na comunidade de Couro Velho.
A população seguiu para os pontos de encontro andando, foram instruídos a fazer o trajeto a pé, sem correr, como deve ser em situações reais de risco para se evitar quedas. As famílias chegaram nos locais carregando uma pasta para acondicionar documentos de imóveis e pessoais. As pessoas que fazem uso de medicamento contínuo também portavam esses suprimentos. A pasta e essas instruções foram concedidas nas palestras preparatórias do simulado. "Localizar rotas de fuga em caso de emergência, saber como agir, ter a cultura de emergência, estes são aprendizados que podem ser incorporados a outras situações de risco como incêndio e alagamentos", explica o consultor de simulados da Vicente Alimenta, da Fire Rescue.
Em cada ponto de encontro foi montada uma estrutura para recepcionar a população com um agente de saúde da prefeitura, um agente de segurança pública e entrevistadores. O objetivo foi coletar dados das condições e do tempo de chegada dos moradores para aperfeiçoar os planos de ação e municiar órgãos como Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Para garantir o conforto dos moradores no exercício foram instalados banheiros químicos e fornecidos lanche e água.
Atividades preparatórias
O está previsto na Lei Federal 12.334/2010 e na Portaria 70.389/2017 do Departamento Nacional de Proteção Mineral (DNPM), atual Agência Nacional da Mineração (ANM). Os exercícios contaram com o apoio e o acompanhamento, desde a sua fase preparatória até a sua realização, do Ministério Público, do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), da Guarda Municipal, das Polícia Militar e Rodoviária Estadual e Federal, do Corpo de Bombeiros – Bonfim, do Tiro Guerra, da Prefeitura Municipal de Jacobina e do SAMU.
Entre janeiro e fevereiro deste ano foram realizadas dez reuniões comunitárias no território, além de visitas domiciliares, entrevistas em diversos meios de comunicação, entre outras ações com o propósito de tranquilizar a população e prepará-las para que saibam agir em situações de emergência.
Desde 2009 a Jacobina Mineração promove treinamentos internos de segurança e simulados de emergência. A partir de 2017 essa preparação passou a abarcar também o público externo, como as comunidades do entorno que participarão dessa primeira etapa, abrangendo Canavieiras, Couro Velho, Pontilhão e Pontilhão de Canavieiras. Em 2018 continuaram as etapas com funcionários, órgãos públicos, líderes comunitários e outras instituições. Em dezembro do ano passado, representantes da JMC se reuniram com alunos e professores de escolas da região e com comunidades próximas à barragem para a preparação final do simulado, inicialmente agendado para o dia 14 daquele mês. A atividade foi adiada diante das fortes chuvas que atingiram o município de Jacobina, afetando muitas famílias e bairros da cidade. Na época, as autoridades envolvidas no treinamento voltaram-se aos trabalhos de resgate e reparação dos danos causados pela chuva. Da mesma forma, a JMC disponibilizou recursos que seriam empregados no simulado para apoiar a Defesa Civil, dando todo suporte técnico necessário ao município de Jacobina. A nova data já estava em estudo pela empresa, junto com os órgãos de segurança e entidades como o Ministério Público, antes mesmo do rompimento da barragem de Brumadinho.
Sobre a barragem
O sistema de barragens Jacobina Mineração e Comércio (JMC) foi projetado de acordo com o planejamento de produção total das minas da empresa. A capacidade final prevista para o reservatório é de cerca de 27 milhões de m³. Duas barragens compõe o empreendimento. A primeira delas foi construída na década de 80 e está desativada desde 2011. Está totalmente sólida por conta do trabalho de drenagem que é empregado há anos. Encontra-se em processo de fechamento, por meio de cobertura, revegetação e posterior reintegração ao meio ambiente. A segunda está ativa desde 2011 e, atualmente, utiliza 24% de sua capacidade total.
As barragens foram construídas com o método linha de centro e alteamento a jusante, os quais garantem maior estabilidade pois há controle do lançamento e da compactação. Também é mais resistente às atividades sísmicas devido a quantidade de material utilizado na parede de contenção. Esse método é diferente do alteamento a montante, modelo mais barato e antigo, no qual a barragem vai crescendo com os próprios rejeitos, o que torna a estrutura instável e com possibilidade de liquefação.
A operação de barragens da empresa integra um sistema corporativo de gestão que atende aos mais rígidos padrões de segurança, com riscos continuamente monitorados pela equipe interna e, periodicamente, por órgãos externos competentes. Os dados também são compilados em relatórios quinzenais encaminhados mensalmente à Agência Nacional de Mineração (ANM). Ainda sob a perspectiva de controle interno, são realizadas análises de performance mensais, através de auditoria interna, em nível de diretoria internacional.
A JMC investiu 1,5 milhão de reais na aquisição de quatro novas sirenes de emergência. Uma será instalada nas proximidades da empresa e as demais serão distribuídas até as proximidades do bairro Nazaré, em Jacobina (BA), tendo uma média de 3km de distância entre elas.
As novas sirenes possuem tecnologia avançada e emitem, além do som, vibrações sonoras perceptíveis por pessoas com deficiência auditiva. Até a instalação desse sistema, serão utilizadas sirenes móveis compostas por alarmes e voz, que substituirão o modelo atual, composto por sirene que emitem alarmes. O modelo móvel entrará em operação a partir do dia 22 de fevereiro, quando a JMC realizará o simulado para situações de emergência. Já as novas sirenes serão instaladas após o cumprimento dos trâmites legais para o uso de terrenos públicos e privados para esse fim.
Os sistemas de alertas de emergência estão em perfeita operação e passam pela mesma rotina de acompanhamento interno e externo. Além dos alertas sonoros, há no entorno da barragem placas de sinalização para emergências como rotas de fuga e pontos de encontro. Também são analisados constantemente o volume de água da barragem e mantidos em dia todos os controles ambientais necessários para uma atuação segura, responsável e transparente.
Em nenhuma das barragens há pontos críticos ou condições que denotem alguma anomalia. O comportamento e a performance das barragens encontram-se dentro do esperado, com pleno atendimento aos requisitos técnicos e legais.
Sobre a Yamana Gold
A Yamana Gold é uma empresa global de mineração, que emprega mais de 7 mil pessoas nas Américas. A companhia trabalha de forma inteligente, descobrindo e transformando recursos de ouro do mundo em valor e respeitando o meio ambiente e as comunidades onde está inserida. No Brasil, há duas unidades da Yamana: Jacobina Mineração e Comércio, na Bahia, e Mineração Maracá Indústria e Comércio, em Goiás. A abordagem segura e sustentável do negócio é um valor fundamental da atuação da empresa.
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