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Salvador: Com medo, Comerciantes obedecem toque de recolher mesmo com a polícia

 


A mensagem enviada por traficantes de drogas para moradores do Alto das Pombas e Calabar, na manhã de segunda-feira (4), era clara: ninguém deveria sair de casa depois das 15 horas. A presença ostensiva de agentes de segurança que tentam conter a violência não foi suficiente para que comerciantes ignorassem o toque de recolher, determinado pelo poder paralelo. Quase nenhum comércio abriu durante o dia, mais de 1,1 mil alunos ficaram sem aulas e serviços essenciais sofreram os reflexos do confronto armado.

Em um dia normal, os comerciantes estariam com as portas abertas na Rua Teixeira Mendes, que marca o início da localidade Alto das Pombas. Depois da madrugada de tiroteios e confrontos entre traficantes e policiais, no entanto, foram poucos os que tiveram coragem de funcionar. Não havia sinal de movimento nos salões de beleza, padarias, lanchonetes, lojas e restaurantes da região. Além do Cemitério Campo Santo, duas funerárias da rua eram uns dos únicos estabelecimentos que se mantinham abertos. No Calabar, a situação era a mesma durante a tarde.

A escalada de violência que culminou no cenário de abandono na segunda-feira (4) é resultado do conflito armado entre traficantes do Comando Vermelho (CV) e do Bonde do Maluco (BDM), que atualmente comanda o tráfico na região. Quem vive no local estava assustado com os crimes cometidos durante o dia. “Moro no Alto das Pombas há 23 anos e nunca vi nada parecido. Não dormi a noite toda por causa dos tiros”, contou uma mulher que preferiu não se identificar. Por volta das 15 horas, ela trabalhava em um dos poucos comércios que se manteve aberto na Rua Caetano Moura. Apesar disso, a previsão era de que o hortifruti fechasse as portas mais cedo, antes das 17 horas.

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