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Ministro da Defesa diz que sistema de segurança do Brasil está 'falido'

Ministro Raul Jungmann durante evento sobre segurança no RJ (Foto: Henrique Coelho / G1)

01/02/18- Ministro da Defesa, Raul Jungmann, comenta tiroteios no Rio: ‘Tempo do desespero’
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira (31) que o sistema de segurança do Brasil está "falido". Segundo avaliação dele, algumas das razões para isso são "nacionalização" e a "transnacionalização" do crime.

Jungmann usou o exemplo do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, um dos protagonistas dos confrontos que aconteceram pelo controle da Rocinha em 2017, hoje preso na penitenciária de segurança máxima de Porto Velho, em Rondônia.




"Nem está a 5 mil quilômetros do Rio de Janeiro. Mesmo assim, declara uma guerra na Rocinha, o que leva as Forças Armadas a serem convocadas. O sistema também faliu porque o governo federal não tem mandato sobre a situação dos estados, apenas em situações extraordinárias, que não deveriam acontecer", explicou ele.

Jungmann disse, ainda, que há "um certo masoquismo" na divulgação da violência no Rio. O ministro lembrou também que, em 18 meses no cargo, decretou 11 vezes a Garantia da Lei da Ordem, que autoriza a intervenção federal militar para auxílio às forças de segurança estaduais. Só em Natal, a capital do Rio Grande do Norte, segundo ele, foram três pedidos em um ano.

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"O problema da segurança não vai se resolver na Defesa. Não. Está havendo uma banalização disso", afirmou ele.

Durante sua palestra no evento "O futuro começa hoje", sobre novas ações para a Polícia Militar do estado, no Rio de Janeiro, o ministro disse que há certo "masoquismo" em relação à divulgação da violência no Rio. Confrontado, ele disse que é preciso haver um "equilíbrio narrativo".

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"Vários indicadores estão estabilizados, alguns estão revertendo, você teve uma redução de 70% de roubo de cargas quando trouxe a polícia rodoviária federal. Se você apenas coloca a denúncia, que de fato tem que fazer parte, você passa a noção de que nada está mudando, e que leva a descrença. Essa descrença leva à paralisia", avaliou Jungmann.

Mais tarde, em entrevista por telefone à Globonews, o ministro também comentou os tiroteios na Cidade de Deus. Os confrontos na região deixaram três mortos e interromperam três vezes o trânsito na via, uma das mais importantes da cidade.

"É um fato grave e extremamente lamentável. O Rio de Janeiro levou décadas para chegar ao estado que está. Nós estamos ajudando o Rio há sete meses. As Forças Armadas não podem combater o crime na Rocinha, porque se fossem enfrentar com poder letal a criminalidade, seria uma tragédia. As Forças Armadas são feitas para destruir", avaliou o ministro. Segundo ele, a justiça do Rio deveria emitir mandados coletivos para ajudar nas prisões e apreensões."

Jungmann ainda pediu um minuto de silêncio pelos policiais mortos no Rio de Janeiro. Em 2017, foram 134 policiais mortos no Estado, e 13 este ano. Entre 1994 e 2016, segundo dados da própria polícia militar, foram 3 mil policiais mortos.

"Esta é a mais singela das homenagens, porque quando eu leio nos jornais a perda de um policial, a gente fica pensando nas famílias. A vontade que dá e pegar um avião e estar ao lado de vocês, porque eu sei o que representa de dor, de sofrimento, e isso tem alcançado números absolutamente inaceitáveis", afirmou o ministro.

Bloqueios marítimo e aéreo

O ministro explicou algumas medidas que pretende tomar nos próximos meses para ajudar no combate ao crime no Rio de Janeiro. A primeira, segundo ele, foi a atuação permanente da PRF nas vias expressas do Rio.

“Um outro aspecto é o bloqueio marítimo, que nós vamos fazer nas diversas baías. Um terceiro é aquilo que eu me referi à parte aérea, assim como uma corregedoria autônoma, integrada”, disse Jungmann.

G1

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