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Prisão de inglês pode mudar história de brasileiros presos por tráfico em Cabo Verde

Familiares de brasileiros presos afirmam que barco pertence a inglês conhecido como Geoge Fox. (Foto: Reprodução/TV Bahia)

A Polícia Federal informou que o inglês conhecido como George Fox, que seria dono do barco apreendido com velejadores brasileiros em Cabo Verde, na África, transportando cerca de uma tonelada de cocaína, em agosto de 2017, foi preso na Espanha, nesta sexta-feira (15).

Indiciado por tráfico internacional de drogas, Fox estava foragido e a prisão dele ocorreu após pedido formulado pela Polícia Federal brasileira. A PF disse que foram expedidos mandados de prisão preventiva pela Justiça Federal, com a respectiva difusão vermelha pela Interpol, o que permitiu a prisão do inglês.



Os velejadores brasileiros que estavam com o barco foram acusados de tráfico internacional de drogas e condenados, em março de 2018, a 10 anos de prisão pela Justiça de Cabo Verde.

Foram condenados os baianos Rodrigo Dantas e Daniel Dantas, além do gaúcho Daniel Guerra e o capitão da embarcação, de naturalidade francesa, Olivier Thomas.

Os familiares dos brasileiros, no entanto, afirmam que eles não sabiam que a droga estava no barco, que tinha o nome de Rich Harvest. Para eles, os velejadores foram vítimas de uma armação e a droga pode ter sido colocada na embarcação pelo proprietário do barco ou por outra pessoa, sem que os velejadores fossem avisados.


A Polícia Federal informou, após a prisão de George Fox, que já foi declarado o interesse na extradição dele e que, com essa medida, pode ser possível esclarecer pontos da investigação.

Recurso

A defesa dos velejadores entrou com recurso contra a condenação na Justiça de Cabo Verde. A defesa entregou o documento no dia 12 de abril.

Um inquérito da Polícia Federal brasileira que inocentaria os velejadores brasileiros não foi aceito pela Justiça de Cabo Verde.

De acordo com o advogado do velejador Rodrigo Dantas, Maurício Matos, a justiça pode levar de quatro a seis meses para dar um retorno sobre o recurso.

A família e o advogado acusam o juiz de ser parcial. Eles informaram que o magistrado colocou na sentença que o inquérito da Polícia Federal, que ajudaria a inocentar os velejadores, foi encomendado pela família.


Tudo começou após um anúncio de emprego na internet. Foi assim que Rodrigo Dantas, de 25 anos, decidiu encarar o desafio de atravessar oceano Atlântico para entregar um veleiro na Ilha de Açores, em Portugal.

O anúncio procurava velejadores para compor a tripulação do veleiro que tinha acabado de ser reformado em um estaleiro em Salvador. Era uma oferta de trabalho de uma empresa internacional de recrutamento de mão-de-obra.

Rodrigo e outro velejador baiano, Daniel Dantas, foram contratados pela mesma empresa, a Yatch Delivery Company, com sede na Holanda. Em Natal, o gaúcho Daniel Guerra se juntou à equipe. Antes de sair do Brasil em agosto, o veleiro passou por inspeções da Polícia Federal em Salvador e em Natal.

O barco foi liberado sem que nenhuma irregularidade fosse encontrada, mas na Ilha de Mindelo, em Cabo Verde, o veleiro foi mais uma vez inspecionado e mais de uma tonelada de cocaína foi encontrada escondida em um piso de concreto e cimento na embarcação.

O barco pertence a um inglês, conhecido como George Fox, que só foi apresentado à tripulação na véspera da viagem.

Rodrigo ficou durante quatro meses em liberdade condicional em Cabo Verde mas foi preso novamente em dezembro do ano passado.

G1

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