Indiciado por tráfico internacional de drogas, Fox estava foragido e a prisão dele ocorreu após pedido formulado pela Polícia Federal brasileira. A PF disse que foram expedidos mandados de prisão preventiva pela Justiça Federal, com a respectiva difusão vermelha pela Interpol, o que permitiu a prisão do inglês.
Os velejadores brasileiros que estavam com o barco foram acusados de tráfico internacional de drogas e condenados, em março de 2018, a 10 anos de prisão pela Justiça de Cabo Verde.
Foram condenados os baianos Rodrigo Dantas e Daniel Dantas, além do gaúcho Daniel Guerra e o capitão da embarcação, de naturalidade francesa, Olivier Thomas.
Os familiares dos brasileiros, no entanto, afirmam que eles não sabiam que a droga estava no barco, que tinha o nome de Rich Harvest. Para eles, os velejadores foram vítimas de uma armação e a droga pode ter sido colocada na embarcação pelo proprietário do barco ou por outra pessoa, sem que os velejadores fossem avisados.
A Polícia Federal informou, após a prisão de George Fox, que já foi declarado o interesse na extradição dele e que, com essa medida, pode ser possível esclarecer pontos da investigação.
Recurso
A defesa dos velejadores entrou com recurso contra a condenação na Justiça de Cabo Verde. A defesa entregou o documento no dia 12 de abril.
Um inquérito da Polícia Federal brasileira que inocentaria os velejadores brasileiros não foi aceito pela Justiça de Cabo Verde.
De acordo com o advogado do velejador Rodrigo Dantas, Maurício Matos, a justiça pode levar de quatro a seis meses para dar um retorno sobre o recurso.
A família e o advogado acusam o juiz de ser parcial. Eles informaram que o magistrado colocou na sentença que o inquérito da Polícia Federal, que ajudaria a inocentar os velejadores, foi encomendado pela família.
O anúncio procurava velejadores para compor a tripulação do veleiro que tinha acabado de ser reformado em um estaleiro em Salvador. Era uma oferta de trabalho de uma empresa internacional de recrutamento de mão-de-obra.
Rodrigo e outro velejador baiano, Daniel Dantas, foram contratados pela mesma empresa, a Yatch Delivery Company, com sede na Holanda. Em Natal, o gaúcho Daniel Guerra se juntou à equipe. Antes de sair do Brasil em agosto, o veleiro passou por inspeções da Polícia Federal em Salvador e em Natal.
O barco foi liberado sem que nenhuma irregularidade fosse encontrada, mas na Ilha de Mindelo, em Cabo Verde, o veleiro foi mais uma vez inspecionado e mais de uma tonelada de cocaína foi encontrada escondida em um piso de concreto e cimento na embarcação.
O barco pertence a um inglês, conhecido como George Fox, que só foi apresentado à tripulação na véspera da viagem.
Rodrigo ficou durante quatro meses em liberdade condicional em Cabo Verde mas foi preso novamente em dezembro do ano passado.
G1
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