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“Operação Cristal” cumpre mandados de busca e apreensão em residência de médium espiritual


Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na residência e no local de trabalho de um médium espiritual que dizia incorporar o espírito de “Dr Fritz” na manhã de quarta, dia 27. A ação faz parte da 'Operação Cristal', desencadeada pelo Ministério Público do Estado da Bahia por meio de atuação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e da 24ª Promotoria de Justiça de Salvador. O objetivo da operação é complementar as provas das práticas ilícitas narradas por vítimas do médium.
 
O médium é acusado de praticar violação sexual mediante fraude, lesão corporal e assédio sexual contra várias mulheres. Vítimas das violações narraram ao MP que ele exercia forte influência sobre mulheres do seu centro religioso, as quais ofereciam dedicado trabalho sob sua orientação, sendo então levadas a participar de rituais supostamente religiosos, mas que serviam, na verdade, para a satisfação dos seus desejos libertinos. Segundo as vítimas, ele perpetuava suas ações com o compulsório silêncio das ofendidas, por meio de ameaças à sua integridade física e mental.
 
As denúncias iniciais foram viabilizadas pelo projeto Justiceiras, o qual, por meio da Ouvidoria das Mulheres, que integra a Ouvidoria Nacional do Ministério Público do Conselho Nacional do Ministério Público, permitiu às vítimas superarem o silêncio. A demanda foi recebida pela 24ª Promotoria de Justiça de Salvador, que instaurou o procedimento investigativo para apuração dos fatos, em conjunto com o Gaeco. Durante as investigações, as ofendidas apresentaram ao MP arquivos de áudio extraídos de conversas de aplicativo de mensagens, revelando, segundo o Gaeco, as ações do acusado para “submetê-las à sua lascívia, após criar a ilusão de que teriam sido escolhidas para serem as “guardiãs do Cristal” ”. De acordo com as apurações, as vítimas eram cercadas de uma atmosfera de confiança e apreço, sendo então levadas a acreditar que a conduta do investigado originava-se de necessidades espirituais, sendo que, após a concretização dos abusos, o médium submetia as mulheres a “situações de humilhação e subserviência, permeadas por forte violência espiritual, psicológica, sexual e até financeira”.
 
Canais de atendimento
 
O MP da Bahia possui canais para denúncias de eventuais vítimas, a exemplo do e-mail caodh@mpba.mp.br, e o telefone 08006424577. Já a Ouvidoria das Mulheres recebe demandas relacionadas à violência contra a mulher por meio dos seguintes canais exclusivos de atendimento: o telefone/WhatsApp (61) 3315-9476 e o e-mail ouvidoriadasmulheres@cnmp.mp.br
 
*Não haverá concessão de coletiva de imprensa ou entrevistas, por parte do MP da Bahia, neste momento, em razão do disposto no art. 38 da Lei 13.869/2019 (Lei do Abuso de Autoridade)

Cecom/MP 

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