MOTORISTA DA SÃO LUIZ DÁ SUA VERSÃO SOBRE ASSALTO E ACIDENTE NA BR 324

Eu não tive como parar, a perna de um deles não deixou eu pisar no freio, disse o motorista


15/8/14- A redação do Bahia Acontece conversou com o senhor Valter  Martins dos Santos, de 52 anos, que era o motorista que dirigia o ônibus da empresa São Luiz que se envolveu em um acidente durante um assalto no último domingo, 10. Criticado por alguns por supostamente ter se negado para o ônibus quando os assaltantes mandaram, seu Valter conta sua versão do que ocorreu durante o assalto nesta entrevista exclusiva dada ao nosso site.
O motorista diz que tem 37 anos de profissão  e trabalha há 18 anos na empresa São Luiz e nunca se viu em uma situação como essa antes.
Nesta entrevista, questionado do porque não parou o ônibus de imediato após a ordem dos bandidos seu Valter relatou o seguinte:
“ Eu não ouvi quando os bandidos mandaram parar. O ônibus estava cheio e o barulho estava muito grande, além disso a janela estava aberta por causa do calor e também atrapalhou. Quem dirige esses ônibus sabe, agente ouve aquele barulho, mas está prestando atenção na pista e não no que estão falando lá atrás, tudo isso, somado ao som do motor não deixa agente ouvir tudo que é conversado no ônibus, QUANDO EU VI OS QUATRO JÁ ESTAVAM EM CIMA DE MIM. Um tentava me engarguelar e os outros tentavam puxar o volante e a manete de freio”.
Continuamos a entrevista com o motorista.
BA: Seu Valter, algumas pessoas disseram que o senhor teria se negado a parar, e parecia que queria trazer os ladrões pra Jacobina, o senhor tentou manter os ladrões dentro do ônibus?
Valter: De jeito nenhum, isso nunca aconteceu. O que ouve foi que quando eles vieram pra cima de mim, um deles ficou entre a direção e o painel, e outro tentou puxar a manete de freio, e as perna de um deles  entrou por baixo e quando eu tentei tirar o pé do acelerador pra frear não consegui pisar no freio.

BA : O que ouve daí por diante?

Valter: Um deles disse: Você vai parar alí, apontando para um ponto do acostamento. A essa altura o carro estava na banguela e eu disse, ele vai parar, ele vai parar, porque eu sabia que mesmo sem poder frear o carro ia perdendo velocidade até estacionar, mas um deles que estava mais nervoso gritou: Você vai parar esta desgraça é aqui mesmo!! Aí ele deu uma pancada em meu braço e e arrastou o volante, e aí o ônibus desceu a ribanceira.

BA: Quando o ônibus começou a descer, qual foi sua reação?

Valter: Quando ele embicou pro buraco eu retomei o volante e aí foi desespero. Todo mundo gritando apavorado. Aí eu procurei manter o carro em linha reta na ribanceira, pois se ele puxasse pra qualquer lado ia capotar, e aí ninguém sabe o que poderia acontecer.

BA: O senhor já sofreu algum assalto antes no exercício da profissão?

Valter: Sim, , há um tempo atrás um bandido entrou no carro e puxou um revolver. Ele tomou o dinheiro do cobrador e me mandou para em seguida, e eu parei. O ladrão desceu perto do colégio agrícola, mas neste caso foi diferente, porque eu estava no domínio do carro. Já neste assalto não, eu não tive nenhuma chance de frear, só tive a reação de manter o ônibus em linha reta, mas infelizmente um deles puxou a direção e foi onde tudo aconteceu.

BA: Qual a mensagem que o senhor deixa para aquelas pessoas que vinham no ônibus?

Valter: O que eu digo as pessoas que eu não tive como pisar no freio. Quem estava lá  só viu a confusão por cima, do ponto de vista deles, eles não viram o que acontecia na parte debaixo da direção, não viram a perna de um deles atravessada . Eu não pude parar mesmo, se eu pudesse teria parado na hora. Quando o carro desceu o barranco eu pedi a Deus por mim e por eles. Teve gente que me criticou e me chamou até de irresponsável nas rádios, mas ninguém quis ouvir minha versão. Eu acho que os mesmo que me criticaram tinham a obrigação de vir aqui me ouvir também.

Seu Valter se recupera ainda do susto. " Ainda sinto meu corpo todo doido. Cheguei até a desmaiar depois que o carro parou, mas estou me recuperando. Agradeço a deus por ter poupado minha vida, e a dos passageiros também."

Emerson Rocha/ Bahia Acontece.

3 comentários:

  1. Parabéns Emerson!!! Você é um repórter de verdade.

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  2. A grande verdade e que as pessoas nunca agradecem a quem e lhes devido pois criticar crucificar e mais facil parabens seu valter Deus e quem concertesa viu o q aconteceu ..

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  3. Interessante esses passageiros julgar um homem que salvou a vida deles, se eu fosse vocês pediriam era Desculpas agora mesmo a ele e a Deus.

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