O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, IPHAN, determinou o embargo do projeto de uma obra prevista para ser realizada pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento, EMBASA, na região de Jacobina. O projeto, suspenso no momento em que foi feito o pedido de registro das licenças ambientais, beneficia com água encanada a comunidade do Araújo, zona rural do município de Jacobina, mas foi embargado pelo IPHAN porque prevê escavações em um trecho da ESTRADA REAL da região próximo a Serra da Mutuca, para passagem da adutora que abasteceria a comunidade.
Caminho Real do Tombador
As estradas ou caminhos reais, foram trajetos abertos no Brasil a partir do século XVII e XVIII, a mando da coroa real de Portugal, em regiões ricas principalmente em ouro e diamantes, durante o ciclo da mineração, para escoar a produção, constituindo na época o único trajeto permitido a esses locais. Esses percursos eram rigidamente controlados, por agentes reais, que fiscalizavam os que por estas vias, conseguiam autorização para passar, no intuito de evitar o contrabando dos metais. Ao longo do tempo esses caminhos constituíam os únicos locais de escoamento dos produtos, vindo a ser também passagem para os produtos básicos que precisavam chegar as Vilas e cidades por onde cortavam.
As mercadorias eram transportadas em comboios de mulas, conhecidos como Tropas, liderado pelo tropeiro de mulas motoristas. Produtos de Portugal fizeram o seu caminho até a estrada enquanto os minerais fizeram o seu caminho para a costa, como fabricação e muitas plantações foram proibidas pela Coroa, de modo a manter a região economicamente dependente de Portugal.
Devido a sua importância histórica, a Setur/BA e a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) assinaram em 2014 um convênio para mapeamento da ESTRADA REAL em quinze municípios entre Jacobina e Rio de Contas, como Piatã, Morro do Chapéu e Seabra para que fossem revitalizados, mas o projeto perdeu força e até hoje nunca foi realizado.
A redação do Bahia Acontece entrou em contato com a gerência regional da Embasa para obter um posicionamento da empresa sobre o caso, e esta se manifestou afirmando que não há nenhuma obra em andamento em que seja previsto intervenção na ESTRADA REAL.
Uma fonte que acompanha o caso afirmou a redação do Bahia Acontece que a EMBASA ainda tenta contornar o embargo do IPHAN para dar início aos trabalhos o mais breve possível, caso contrário um novo projeto, em que não seja necessário escavações na ESTRADA REAL terá que ser apresentado para que a obra seja liberada
Fonte: Bahia Acontece
Trechos extraídos do blog museucidadedoouro
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