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Professora acusada de usar a Ufba para beneficiar o PT. Docente também foi acusada de permitir grilagem de terra

 


Uma denúncia feita no Tribunal de Contas da União (TCU) e na Controladoria Geral da União (CGU) aponta que Renata Alvarez Rossi, professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), usou a estrutura e recursos da instituição de ensino superior para beneficiar o Partido dos Trabalhadores. A docente, que ainda seria filiada ao PT, é professora adjunta da Escola de Administração da Ufba.

Mestre em Ciências Sociais e doutora em Administração, ambos títulos pela Ufba, Rossi foi coordenadora executiva da Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA) da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) da Bahia, e, na época, esteve envolvida em diversas acusações relacionadas a irregularidades administrativas, conforme sempre a denúncia feita no TCU e na CGU.

Em 2017, o Ministério Público estadual (MP-BA) recebeu denúncias contra a CDA por suspeitas de fraudes na então recente contratação de servidores por análise de currículo. A acusação foi feita por um grupo de ex-funcionários, e afirmava que a seleção foi utilizada como cabide de emprego para aliados políticos da ala petista à qual fazia parte a gestora da CDA, Renata Rossi. Entre os nomeados, estavam a esposa do suplente na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Mário Augusto de Almeida Neto, conhecido como Jacó (PT), e dois irmãos do deputado federal Valmir Assunção (PT), além de parentes de dirigentes que já estão no órgão, dizem os denunciantes.

Por meio de nota, a CDA negou qualquer irregularidade na seleção. À época, o MP também investigava Renata Rossi por ter supostamente permitido grilagem de terras na região do Projeto Baixio de Irecê. “Denúncias apontam que Rossi teria impedido a continuação de investigações sobre a grilagem e removido o procurador responsável pelo caso”, diz trecho da denúncia feita no TCU e na CGU.


Ex-companheira do ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), Renata Rossi é atualmente companheira de Ivan Alex Lima, assessor especial do governador Jerônimo Rodrigues (PT). De acordo com a Escola Luiza Mahin, que está envolvida na denúncia contra a docente da Ufba, Ivan Alex é apenas conselheiro, mas ele já foi descrito no Instagram da própria unidade escolar como diretor. Em nota, a Luiza Mahin, que funciona sem formalidade, chamou ainda a denúncia de “fantasiosa”.


Nesta quinta-feira (16), após o CORREIO noticiar a denúncia, a professora encaminhou à Escola de Administração uma nota de explicação. No texto, ela afirma que “as supostas acusações não encontram lastro concreto no curso dos acontecimentos que envolvem a concepção e implementação do Curso Livre de Extensão Formação de Lideranças para a Democracia.”

Além disso, a docente declara que os recursos do projeto são gerenciados pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão (Fapex) não havendo qualquer tipo de repasse para a Escola Luiza Mahin. Ela também pontua que participou dos quadros do PT durante “muitos anos”, mas que há “algum tempo não participa de forma orgânica das instâncias e não acompanha as atividades realizadas.”


Correio


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