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“Estamos todos tristes pela morte de minha mãe. Ela estava sofrendo com a saúde nos últimos dias. Praticamente não conseguia comer”, disse Pedro Soares, 58 anos, filhos da ex-cangaceira.


Aristéia era uma das últimas remanescentes do cangaço e dizia, sempre que era perguntada, que não tinha saudades do Tempo que viveu na caatinga, fugindo das volantes. Lúcida, ela relatou ao G1, em 2008, que a vida dos cangaceiros melhorou após a morte de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião. Segundo ela, os integrantes das volantes minimizaram a perseguição aos cangaceiros após a década de 1940, quando o movimento liderado por Lampião acabou. “Sou mais feliz hoje do que no tempo do cangaço. Foi um tempo muito sofrido”, dizia Aristéia.
Ex-cangaceira em sua casa com o pesquisador João de Sousa Lima
Desde o fim do cangaço, Aristéia permaneceu durante décadas no anonimato, tentando esconder o fato de que tinha feito parte do movimento liderado por Lampião, conduta que se percebeu comum entre ex-cangaceiros. Ela foi redescoberta e, 2007, durante pesquisas do historiador e especialista em cangaço, João de Sousa Lima.

Na casa onde ela vivia em Delmiro Gouveia, Aristéia gostava de mostrar uma de suas paixões, o São Paulo Futebol Clube, time de coração dela. No endereço, ela viveu com o filho Pedro, a nora e os netos.

Aristéia gostava de contar histórias sobre a amizade que viveu ao lado de Durvalina Gomes de Sá, conhecida como Durvinha, morta em junho de 2008 em Minas Gerais.

“Ela nunca chegou a lutar ao lado de Lampião. Aristéia fazia parte do grupo de Antonio Moreno (marido de Durvinha) e dizia que só viu Lampião quando a cabeça dele e do grupo de cangaceiros foram expostas em uma escadaria em Piranhas (AL), após serem mortos em uma emboscada na Grota de Angicos, em Poço Redondo (SE), em1938. 



(G1)

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