William de Paula foi condenado em dezembro de 2008 a sete meses de detenção, pelo crime de lesão corporal leve contra a mãe do menino. Os jurados entenderam que William estava cumprindo um dever legal. Entretanto, o Ministério Público Estadual entrou com um recurso contra a sentença e a 7ª Vara Criminal anulou a decisão do júri. A data do novo julgamento ainda não foi marcada.A famíliaEm entrevista ao Portal da Band, o pai de João, Paulo Soares, revelou sua tristeza. “As pessoas não podem matar outras em praça pública como eles fizeram”, disse. “Nada justifica. Eles deram 17 tiros no carro parado. Minha mulher ainda jogou a bolsa para fora para mostrar que ali tinha uma família. Ele estava com intenção de matar, só isso”, acrescentou.João Roberto foi atingido quando voltava de uma festa com a mãe e com o irmão, por volta de 19h, do domingo do dia 7 de julho de 2008. Na época, João Roberto tinha três anos e o irmão nove meses. De acordo com testemunhas, o carro da advogada Alessandra Soares foi “confundido” com um veículo onde estavam criminosos em fuga.O menino foi atingido por um tiro na cabeça e outro na região do quadril. Ele não resistiu aos ferimentos e teve morte cerebral diagnosticada na manhã do dia seguinte.Nesses três anos sem João Roberto, a família vive “com sofrimento. Caminhando e sofrendo”, disse o pai. Cada julgamento é um desgaste da família, meu, da minha mulher, das duas avós. A gente não quer deixar transparecer esse sofrimento, mas não consegue. Estou aqui falando com você e segurando as lágrimas”, revelou.Em agosto de 2008, a 4ª Vara da Fazenda Pública da Capital condenou o Estado do Rio a pagar R$ 900 mil de indenização de danos morais à família. Mas, segundo Soares, a verba não chegou.Indenização “O Estado ainda tem o direito de recorrer e pode negociar. Esse é um dinheiro maldito, que não se recebe. Um dos principais motivos de se entrar na Justiça não é o valor, é para ‘meter a mão no bolso’ deles. Só assim vamos conseguir alguma coisa, mexendo no que eles mais gostam. É um absurdo morar em uma cidade onde 92% dos homicídios não são elucidados. Não queremos mais isso, é um grito que chega baixo por justiça”, disse o pai de João Roberto, revoltado.Ainda segundo ele, a família conhece casos de pessoas que ficam cerca de 20 anos na fila e não recebem a indenização. “A gente fica se humilhando. Até isso favorece a eles [Estado]”, finalizou Soares.

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