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Onda de frio no Brasil é a pior em 4 anos

Onda de frio no Brasil é a pior em 4 anos
O País vive a pior onda de frio em um inverno desde 2013, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Após queda brusca de temperatura, um morador de rua foi encontrado morto na terça-feira em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Moradores de rua também reclamam que agentes municipais estão removendo barracas e cobertores, além de terem pertences molhados durante ação de limpeza de equipes terceirizadas da Prefeitura. A previsão é de que o frio diminua um pouco a partir desta quinta. O homem, de cerca de 45 anos, não tinha sinais de violência, o que indica que pode ter sido vítima de frio. Trata-se da segunda suspeita de morte de morador de rua causada pelo frio na capital em 2017, conforme registros policiais. Em 10 de junho, um homem foi achado morto, com sinais de hipotermia, na zona leste. Em 2016, houve ao menos cinco, segundo a Pastoral do Povo da Rua.


A Prefeitura chamou a morte de “fatalidade” e disse que espera laudo técnico sobre o óbito. “A Prefeitura é um dos agentes. Tem governo estadual, federal, entidades, associações, igrejas, pessoas. Todo mundo deve ajudar, oferecer cooperação e solidariedade. Depositar isso como ônus exclusivo da Prefeitura não é atitude correta”, disse o prefeito João Doria (PSDB). Vídeo veiculado pelo site Ponte Jornalismo nesta quarta mostra Doria sendo hostilizado em entrega de cobertores à noite.
Além da retirada de barracas e cobertores, equipes terceirizadas de limpeza da Prefeitura lançaram jatos de água perto do local onde dormiam pessoas na Praça da Sé, no centro, conforme noticiou a rádio CBN. Doria disse que eles não miraram a água nas pessoas. Segundo ele, “alguns cobertores foram molhados” e as terceirizadas serão orientadas a redobrarem o cuidado.
O desempregado David Oliveira, de 22 anos, confirmou ao Estado que moradores de rua tiveram pertences molhados no local nesta quarta. Ele passou o dia caçando caixas de papelão e tábuas de madeira para improvisar uma barraca, após agentes municipais, segundo ele, terem destruído seu abrigo provisório na manhã desta quarta pela terceira vez em uma semana. “Falaram que não iam mais retirar nada da gente, mas a verdade é que estão levando tudo, mesmo com esse frio todo. Minha namorada está grávida e não pode ficar sozinha nos abrigos da Prefeitura”, contou ele, que mora há dois meses com Anelice a poucos metros da escadaria da Catedral da Sé.
A mesma queixa é feita pelos que “adotaram” o Pátio do Colégio, também no centro, como endereço de pernoite. Nesta quarta, famílias inteiras e muitos homens buscavam mais cobertores não só para se cobrir, mas também para forrar o chão e reduzir a sensação gelada que vem do piso cimentado.
“Esse frio é insano. A gente torce para não chover porque é ainda pior. Tem gente que não tem nem força pra fugir da água e reza para o cobertor dar conta”, contou Guilherme Moura, de 34 anos, há dois na rua, após prisão por tráfico de drogas.
O termômetro marcava 14ºC quando um caminhão chegou a Sé, distribuindo cobertores na noite desta quarta. Dezenas correram até a caçamba, esticando os braços em busca da doação de empresários. A Prefeitura também entregou mil cobertores na madrugada desta quarta – serão 8 mil nesta semana. Sobre as queixas de retirada de cobertores, a Prefeitura informou que funcionários públicos e terceirizados são orientados a cumprir decreto que proíbe recolher pertences pessoais de moradores de rua. Já a remoção de barraca é autorizada em casos de “permanência ou obstrução do passeio”. Mas, diz a gestão, primeiro se pede que o dono a desmonte. Se há recusa, a barraca pode ser apreendida.
El Niño. Segundo o Inmet, se repete a situação de 2013, quando as temperaturas baixaram como o esperado. Nos três anos seguintes, ficaram acima. Essa diferença pode estar no El Niño. Neste ano, o País não é influenciado pelo fenômeno, o que pode ter baixado a temperatura.

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