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Virei a página em 2017: empresário corta 'cervejinha diária com os amigos' e economiza R$ 14 mil em 8 meses

Quantidade de moedas que seriam gastas com bebiba impressionou toda família de Nailton (Foto: Nailton Azevedo da Silva/Arquivo Pessoal)

Depois de já ter gastado até R$ 400 em uma só noite com bebidas, o empresário de Suzano Nailton Azevedo da Silva, de 42 anos, resolveu mudar de vida em 2017. Ele parou de beber e guardou em um "cofrinho tamanho família" toda a quantia que gastaria com a "cervejinha diária".

Em oito meses, juntou R$ 14 mil e agora pretende guardar o dinheiro para a faculdade do filho, de 16 anos.

O empresário, que é dono de uma frota de táxi, disse que o hábito de beber começou há 17 anos.




Nailton é empresário e fez a economia em apenas oito meses (Foto: Nailton Azevedo da Silva/Arquivo pessoal)

“Todo dia eu tomava uma cervejinha. Era de segunda a segunda. Eu parava em uma padaria perto de casa e nessa ia R$ 100, R$ 200, R$ 300 até R$ 400 eu já gastei. Quando você tem dinheiro no bolso para pagar cerveja, aparece um monte de amigos.”
Ao trocar o contato da família pelos "amigos" que conheceu entre uma garrafa e outra, ele disse que ouvia muitas reclamações da esposa, com quem está casado há 21 anos.

"Minha esposa foi uma heroína por me aguentar esse tempo todo. Eu chegava tarde, minha mulher me questionava e não adianta mentir porque mulher sabe, sente o cheiro da bebida.



Após ter "largado a bebedeira", como ele mesmo diz, Nailton lista com orgulho as coisas boas que lhe aconteceram: "Você melhora a sua saúde, você melhora a sua vida dentro de casa com a família e você sabe quem é seu amigo e quem não é. Algumas pessoas se afastaram de mim. Foi muito bom deixar de beber e de ir para o bar porque agora eu presto mais atenção na minha família."

Ao tomar a decisão, o empresário ainda contou com a ajuda da esposa, que largou o vício do cigarro há dois anos, e afirma que não sente falta das cervejas. Para aumentar a poupança que foi criando no cofrinho, Nailton também disse que cortou alguns gastos que, hoje, considera como desnecessários.

Além de melhorar a saúde e o relacionamento com a família, o empresário faz questão de dizer que a sorte esteve ao seu lado em 2017. "Depois que eu parei de beber, eu já ganhei quatro vezes a quadra na Mega Sena e uma vez na quina", diz orgulhoso.

Cofrinho

Moedas eram depositadas em galão d água  (Foto: Nailton Azevedo da Silva/Arquivo Pessoal)
Em média, Nailton deixava R$ 3 mil por mês nos bares e padarias. Para receber toda essa quantia, multiplicada pelos oito meses de economia, o cofrinho escolhido precisava ser diferente. Por isso, ele resolveu improvisar e usou um galão de água de 20 litros para guardar suas economias.

O cofre foi aberto no último dia 4 e, para contar todas as moedas e notas, foram necessárias 3 horas. A mulher, o filho e um sobrinho tiveram que ajudar na contagem.

A brincadeira repercutiu em toda família que organizou um "bolão" para tentar adivinhar qual quantia estava dentro do galão. Quem chegasse mais próximo ganharia R$ 50 do montante. "No final, foi a minha esposa que acertou. Ela chutou R$ 13 mil e alguma coisa", afirma.

Planos para o futuro

O resultado do cofrinho animou toda a família. A esposa e o filho ganharam duas viagens de presente: uma para o Rio de Janeiro e outra para um parque aquático no interior de São Paulo.

"Eu fico feliz de proporcionar isso para eles. Não conseguia fazer antes porque ficava na bebedeira. Eu me arrependo muito. Era para eu ter guardado mais dinheiro, mas o importante é que estamos todos felizes hoje."

Todo o dinheiro foi depositado na poupança para pagar os estudos do filho, que ainda não decidiu qual graduação tem interesse.

Depois do resultado positivo com a primeira experiência do cofrinho, Nailton já pensa em continuar juntando dinheiro em um novo galão durante 2018. Além dos estudos do filho, ele também quer proporcionar mais viagens à família.

"O segredo é ter um objetivo no final. Se você não se mantém firme no propósito, fica difícil. Tem que ter opinião e pensar que vai guardar e não vai mexer."

GE
Por Maiara Barbosa, G1 Mogi das Cruzes e Suzano

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