O jornalista Marcos Uchôa, ex-Globo, disse em entrevista para o podcast Inteligência LTDA, on Youtube, que foi um dos profissionais afetados pela, segundo ele, perseguição do presidente Jair Bolsonaro a Globo.
Depois de 34 anos como um dos principais correspondentes da casa, ele deixou a líder de audiência em novembro de 2021, para se dedicar a política. Uchôa pontuou ainda que na ocasião ele já não tinha mais um contrato direto com a emissora.
“Foi uma das primeiras coisas que o Bolsonaro fez. As pessoas que tinham um salário melhor na Globo ganhavam como pessoa jurídica. E, no primeiro ano [de Bolsonaro], ele foi em cima em termos trabalhistas, que não podia ser assim. Todo mundo voltou a ser funcionário. Até Galvão Bueno e Fausto Silva”, contou o profissional.
Segundo o jornalista, com o crescimento de produções na internet, a emissora também tem enfrentando dificuldades com a perda de investimentos na mídia tradicional.
“Ela está sofrendo, como muitos meios de comunicação, com a saída do dinheiro das mídias tradicionais e a entrada do dinheiro na internet. Por exemplo, o teu programa é um adversário, um concorrente que anos atrás não existia”, frizou.
“Essa diminuição de dinheiro acarreta em prejuízos e necessidades de adequar os gastos. Nesse aspecto, [saem] as pessoas mais velhas, que estavam há mais tempo lá, com salários melhores, também por causa desses anos todos. Cortando, não renovando contrato e demitindo essas pessoas, é uma economia mais rápida de ser feita. Eu não faria assim, acho um erro. A identidade de um meio de comunicação é muito os profissionais que você está acostumado a ver. Você cria uma identidade que é abalada quando as pessoas saem, e precisa ser reconstruída”.
Recentemente, o jornalista confirmou sua filiação ao PSB, e agora avalia lançar sua candidatura como deputado federal nas próximas eleições.
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