Um médico ortopedista foi preso suspeito de facilitar a execução de um paciente no hospital onde trabalhava. Alexandre Pedroso era funcionário do local onde o crime aconteceu, no final de abril. Segundo as investigações, ele teria facilitado a entrada dos assassinos na unidade.
Alexandre Pedroso aparece nas imagens chocantes do homicídio de Gilianderson dos Santos, de 37 anos, registradas por uma câmera de monitoramento da unidade de saúde no Guarujá, litoral de São Paulo.
Em entrevista coletiva, o delegado responsável pelo caso, Thiago Nemi Bonametti, disse que Pedroso foi detido na própria unidade de saúde onde aconteceu o crime. O médico já vinha sendo monitorado, pois, segundo a Polícia, havia a possibilidade de ele fugir.
"Os indícios são considerados suficientes para a decretação da prisão temporária de 30 dias", disse o delegado, que revelou o envolvimento de mais pessoas, mas sem entrar em detalhes.
Pedroso foi levado ao Palácio da Polícia de Santos para prestar depoimento. Depois, seguiu para o Instituto Médico Legal de Praia Grande para realizar exames. A audiência de custódia será realizada nesta terça-feira, dia 17.
Ainda de acordo com o delegado, o ortopedista demonstrou muito nervosismo com a abordagem dos investigadores. Durante a busca pessoal, foi encontrado um pó branco que poderia se tratar de cocaína e uma quantia em dinheiro não revelada.
A polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa do médico, no condomínio Acapulco, um dos mais luxuosos de Guarujá. Estiveram presentes na ocasião o filho dele e um advogado. Nada de ilícito foi encontrado.
No entanto, uma outra ação policial, realizada em outubro do ano passado nessa mesma residência, resultou na apreensão de 53 kg de cocaína e 11,5 kg de crack. Investigações apontam para o envolvimento do ortopedista com uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas.
O caso
Gilianderson dos Santos foi morto na manhã do dia 24 de abril, um domingo, pouco antes de receber alta médica. Ele tinha dado entrada no Hospital Santo Amaro na sexta-feira, dia 22, após ter sido baleado.
Nas imagens da câmera de monitoramento, Alexandre Pedroso aparece entrando no setor de traumatologia enquanto uma funcionária posiciona a cadeira de rodas onde a vítima está bem de frente para a porta.
Os dois saem, aparentemente para avisar os criminosos, e voltam para dentro segundos depois. A dupla, com capacetes na cabeça, entra logo em seguida e já efetua os disparos. Os tiros acertam a cabeça e a região do abdômen de Gilianderson, que cai no chão morto.
Segundo o delegado Bonametti, foram determinantes para a prisão não só as imagens das câmeras, mas outros elementos. "Não posso revelar, mas temos mais coisas do que as imagens e foi isso que nos levou a fazer o pedido".
Veja o vídeo (imagens: reprodução)
Fonte: A Tribuna
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