"A tripulação, reunindo as competências dos três pilotos, demonstrou profissionalismo", diz um comunicado da companhia.

No documento, a Air France isenta os pilotos e insiste no fato de que a pane nos sensores de velocidade do Airbus é o fator inicial que desencadeou a desconexão do piloto automático, elemento que precedeu a perda de sustentação do avião.

Pela primeira vez, o Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês), que apura as causas do acidente, confirmou oficialmente que a pane nos sensores de velocidade do Airbus, os chamados tubos Pitot, é o ponto de partida de uma série de eventos que conduziram à catástrofe.

"O relatório do BEA mostra que a tripulação mudou a rota para desviar de fenômenos meteorológicos", afirmou Eric Schramm, diretor de operações aéreas da Air France, em uma coletiva nesta sexta-feira.

"Houve o congelamento dos tubos Pitot, que resultou na perda dos dados de velocidade do avião", disse Schramm.
Ele acrescenta que o desligamento do piloto automático, causado pela perda dos dados de velocidade, suprime as proteções associadas a esse modo de pilotagem.

"O incidente com os tubos Pitot resultou na perda dos dados de velocidade, relativamente momentânea, que durou cerca de 50 segundos. Mas a consequência disso foi a desconexão do piloto automático", diz o diretor do BEA, Jean-Paul Troadec.

TURBULÊNCIA

Os pilotos não enfrentavam fortes turbulências no momento em que os tubos Pitot deixaram de funcionar, disse Troadec à BBC Brasil.

Os investigadores franceses vão agora analisar em detalhes as reações dos pilotos para enfrentar os problemas indicados nos alarmes do avião.

A aeronave perdeu a sustentação e despencou a uma velocidade de 200 Km/h. A queda durou três minutos e meio.
O BEA também tentará descobrir por que o controle do avião não pôde ser recuperado depois que os dados de velocidade voltaram a ser indicados. Isso ocorreu um minuto após a perda dessas informações nos computadores de bordo.

"Precisamos entender as ações dos pilotos. Nós escutamos as conversas (gravadas na caixa-preta), mas não sabemos ainda porque eles adotaram essas ou aquelas medidas. Vamos cruzar as informações disponíveis para entender as razões disso", afirma Troadec.

"Vamos investigar qual foi o treinamento individual dos pilotos e quais procedimentos de emergência foram aplicados", afirma Troadec.

Durante os quatro minutos em que lutaram para recuperar o controle do avião, os pilotos mantiveram a ordem para que o nariz da aeronave fosse levantado.

Folha.com

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