A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluiu os testes rápidos da Covid-19 na lista de cobertura obrigatória dos planos de saúde. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (20) no Diário Oficial da União.
"O teste será coberto para os beneficiários de planos de saúde com segmentação ambulatorial, hospitalar ou referência e será feito nos casos em que houver indicação médica, para pacientes com Síndrome Gripal (SG) ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), quando os sintomas estiverem na janela ótima de utilização, ou seja, entre o 1° e o 7° dia de início", informou a nota divulgada pela ANS.
De acordo com a agência, a decisão leva em consideração o "contexto atual, que conta com a circulação e rápido crescimento de casos relacionados à nova variante". Além disso, Paulo Rebello, diretor-presidente da ANS, disse que a "inclusão do teste rápido para detecção de antígeno pode ser realmente útil, tendo em vista que os testes rápidos são mais acessíveis e fornecem resultados mais rapidamente que o RT-PCR".
O teste de antígenos pode ampliar a detecção e acelerar o isolamento, levando a uma redução da disseminação da doença e, por consequência, a uma diminuição da sobrecarga dos serviços laboratoriais”, avaliou o diretor-presidente da ANS.
A agência recomenda, ainda, que os pacientes entrem em contato com os planos de saúde para "informações sobre o local mais adequado para a realização do exame ou para esclarecimento de dúvidas sobre diagnóstico ou tratamento da doença".
No entanto, especialistas ouvidos pelo g1 apontam que um resultado negativo no teste de antígeno não significa que a pessoa não está com a Covid-19 – principalmente se estiver com sintomas gripais.
O ideal, no caso de o paciente ter sintomas e receber um resultado negativo no teste de antígeno, é confirmar o resultado com um teste PCR ou repetir o teste de antígeno em 1 ou 2 dias, explica Alberto Chebabo, infectologista da rede de saúde integrada Dasa e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
"Um teste de antígeno negativo numa pessoa sintomática não afasta o diagnóstico. É melhor a pessoa repetir ou um PCR, para ter mais certeza, ou um teste de antígeno 24 horas depois", afirma.
Isso ocorre porque o teste de antígeno é menos sensível que o PCR, considerado o "padrão ouro" do diagnóstico.
"O PCR é o teste mais sensível que tem. Ele é cerca de 30%, pelo menos, mais sensível que o teste de antígeno", diz o patologista clínico Helio Magarinos Torres Filho, diretor médico do Richet Medicina & Diagnóstico, no Rio de Janeiro.
"A pessoa com sintomas que tiver um resultado negativo [no antígeno] deve confirmar com um resultado de PCR", recomenda.
G1
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