A conta de luz vem ocupando um peso considerável no orçamento dos brasileiros, principalmente daqueles que ganham menos. Nos últimos dez anos, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a tarifa residencial aumentou 82%, com o custo do Megawatt-hora passando de R$ 340,90 em 2011 para R$ 622,20 em 2021. A expectativa dos especialistas, no entanto, é que a energia elétrica continue subindo de preço, ultrapassando a inflação.
Até abril, ainda vigora a bandeira de escassez hídrica, com a cobrança adicional de R$14,20 para cada 100kWh consumidos. Segundo o economista da FGV, André Braz, apesar do alto volume de chuvas em janeiro, uma seca no Sul do país gera pessimismo para a recuperação plena dos reservatórios em 2022. Além disso, neste ano, estão previstas as revisões tarifárias das concessionárias Enel e Light. No caso desta última, a proposta é de aumento de quase 18% para pessoas físicas.
Uma análise da Agência Internacional de Energia (IEA), feita com números de 2018, revela que antes da crise hídrica o Brasil já era o segundo país com a tarifa de energia mais cara do mundo. Para o consultor de energia elétrica Fernando Umbria, é possível que o Brasil ganhe a liderança quando os números mais recentes forem computados.
Outros dados da IEA ainda apontam que enquanto o mundo utiliza apenas 26% de matriz energética renovável, o Brasil usa 82%, com predominância das hidrelétricas. Sem diversificar as matrizes, as termoelétricas passaram a ser soluções emergenciais que custam caro.
TRIBUNA
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