As autoridades investigam os motivos que podem ter causado a queda da aeronave da empresa VoePass na última sexta-feira 9. O acidente aconteceu em área residencial da cidade paulista de Vinhedo; não houve sobreviventes entre os 57 passageiros e quatro tripulantes do vôo saiu de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo,
É o maior acidente aéreo do País desde 2007, quando 199 pessoas em Congonhas, na capital de São Paulo.
Imagens da aeronave caindo foram registradas por moradores da cidade paulista. O acidente aconteceu em uma área residencial, próximo à rodovia Miguel Melhado de Campos (SP-324). Nenhuma casa foi atingida.
As causas ainda são desconhecidas, mas a caixa-preta da aeronave (equipamento que registra as condições de voo e conversas dos pilotos) já foi encontrada.
A lista de passageiros foi divulgada no final da tarde pela VoePass (antiga Passaredo), que operava o voo. Em comunicado, a companhia lamentou o ocorrido e disse prestar assistência às famílias das vítimas e colaborar com as investigações.
A empresa passava por dificuldades financeiras (ver box). A aeronave, ATR-72, fabricada pela Avions de Transport Régional (ATR), uma empresa franco-italiana e apontado como um avião seguro.
No dia anterior ao acidente (quinta, 8), o mesmo avião apresentou defeito no ar-condicionado, segundo relatos da jornalista Daniela Arbex, que estava no voo. Vídeos compartilhados em sua página no Instagram mostram as pessoas se abanando. Um homem chegou a tirar a camiseta dentro do avião.
"Fiquei muito indignada, porque pela terceira vez a aeronave da companhia apresentava problemas", escreveu a jornalista na postagem. "Se o ar-condicionado estava assim, imagina o restante", disse ontem, em entrevista.
Moradores de Vinhedo que testemunharam a queda do avião relataram momentos de desespero. "O avião começou a rodopiar. Aí ele deu a outra volta. A casa tremeu. E a gente não sabia o que fazer. Corria para dentro, corria para fora. Na hora que ele caiu, já explodiu e começou a sair fumaça e muito fogo", contou Nathalia Poiato, de 61 anos. A aeronave caiu muito perto da casa de Delmiro Menezes de Souza, 65 anos. Com o susto, ele sofreu uma queda brusca da pressão arterial "O avião embicou para o meu lado. Pensei: ‘Agora vai matar eu’. Ele girou e, quando eu vi, foi o baque. Eu tenho pressão alta, mas na hora ela baixou demais", disse.
Especialistas acreditam que a queda pode estar relacionada à formação de gelo nas asas da aeronave. O especialista em aviação e perito criminal do Estado de Goiás, Celso Faria de Souza, explicou que as aeronaves do tipo utilizam um sistema de degelo para restabelecer a plenitude do funcionamento de sistemas de voo realizados a grandes altitudes. Segundo Celso, o sistema de degelo pode ter falhado, afetando os sistemas de navegação, levando a uma perda de altitude de forma não controlada. Segundo registros, o avião da VoePass perdeu 4 mil metros de altitude em apenas 1 minuto.
Retirada dos corpos
Em coletiva neste sábado (10/8), a Polícia Federal, que atua juntamente com os bombeiros na retirada de corpos de vítimas do acidente de avião que caiu na sexta (9/8), em Vinhedo (SP), afirmou que a prioridade é a identificação dos passageiros e tripulantes. Até as 17h, 50 corpos haviam sido retirados do local do acidente.
Ba, via G1/ CNN/Metrópole
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