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ECONOMIA: Inflação em alta: carne e energia elétrica pressionam o setor de alimentação

 


Em outubro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um aumento de 0,56%, com destaque para os preços das carnes, que subiram 5,81%, e da energia elétrica residencial, que teve alta de 4,74%. Esses itens, essenciais para o setor de alimentação fora do lar, impactam diretamente os custos operacionais de bares e restaurantes.

Ainda assim, a inflação no setor foi de apenas 0,65% - valor significativamente menor do que o observado para alimentos e bebidas em geral, que subiram 1,06%. Além disso, o aumento no setor representa metade da inflação observada para a alimentação dentro do domicílio, que foi de 1,22%.

"O setor tem absorvido parte do aumento de custos para não repassar integralmente esses impactos aos consumidores, que já enfrentam dificuldades para manter o nível de consumo. Essa medida busca evitar a perda de clientes, especialmente em um contexto em que o poder de compra está sendo corroído por fatores externos, como a popularização das apostas online", explica Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.

No acumulado de 2024, a alimentação fora do lar apresenta uma inflação de 4,13%, muito inferior ao índice de 5,08% registrado para alimentos em geral e ao de 6,28% para as carnes. Esse controle de preços reflete os esforços dos bares e restaurantes para manter o setor acessível, mesmo com o crescimento contínuo dos custos dos insumos.

"A crescente presença das apostas online tem se tornado uma ameaça ao nosso setor. Com menos renda disponível, os consumidores estão sendo forçados a escolher onde gastar, e os estabelecimentos temem repassar o aumento da inflação e, com isso, perder clientes. Estamos caminhando em uma linha tênue, buscando o equilíbrio entre a sustentabilidade financeira e a manutenção da clientela", completa Solmucci


Tribuna da Bahia

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