As novas regras do Pix começam a ter validade para todos os usuários a partir desta sexta-feira (1º). As mudanças do Banco Central (BC) envolvem novos mecanismos de segurança que afetarão a maneira como todos usam o pagamento instantâneo. Veja abaixo o que muda e como serão as novas regras.
Pix: saiba o que vai mudar nesta semana
Novos limites de segurança para o Pix. As novidades limitam a R$ 200 o valor das transferências realizadas em um novo dispositivo. Fica também restrito a R$ 1.000 o total diário dos envios a partir dos celulares e computadores não cadastrados nos bancos.
Para realizar movimentações maiores, é necessário cadastrar aparelhos. A medida vale para celulares ou computadores que ainda sejam desconhecidos pelo sistema bancário. Portanto, nada muda para os dispositivos que já foram utilizados para as transferências via Pix
O aperfeiçoamento do regulamento também acontece para as instituições financeiras, que terão que:
utilizar solução de gerenciamento de risco de fraude que contemple as informações de segurança armazenadas no BC e que seja capaz de identificar transações Pix atípicas ou não compatíveis com o perfil do cliente;
disponibilizar, em canal eletrônico de acesso amplo aos clientes, informações sobre os cuidados que devem ser tomados para evitar fraudes;
verificar, pelo menos uma vez a cada seis meses, se seus clientes possuem marcações de fraude na base de dados do BC. Com isso, espera-se que os participantes tratem de forma diferenciada esses clientes, por meio do encerramento do relacionamento ou do uso do limite diferenciado de tempo para autorizar transações iniciadas por eles e do bloqueio cautelar para as transações recebidas.
O Banco Central continua trabalhando para deixar o Pix cada vez mais seguro. As novas medidas contribuirão para minimizar as chances de certos tipos de golpes acontecerem e para que as instituições participantes usem de forma mais eficaz as informações antifraude armazenadas aqui nos nossos sistemas.Breno Lobo, Chefe Adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central
Pagamento por Pix poderá ser feito por aproximação até o fim do ano
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, anunciou a novidade nesta terça-feira (29), durante o Lide Forum Conference promovido por UOL, Lide e Folha em Londres.
O Pix será integrado às wallets(carteiras digitais) dos celulares, onde atualmente é possível cadastrar cartões para pagamentos por aproximação. Com essa nova funcionalidade, o usuário não precisará acessar o aplicativo do banco, reduzindo etapas e tornando o pagamento mais prático.
Para utilizar o Pix por aproximação, será necessário cadastrar uma instituição financeira diretamente na carteira digital do dispositivo, usando os dados da conta bancária em vez do número do cartão.
O lançamento oficial da nova funcionalidade está previsto para a próxima semana. Campos Neto afirmou que o Google já está confirmado, e as negociações com a Apple estão em andamento. Com isso, o serviço deverá estar disponível inicialmente para usuários de dispositivos Android.
Pix automático no ano que vem
Um novo recurso chamado Pix automático deve facilitar cobranças recorrentes dos clientes bancários e funciona como um débito automático. A ferramenta busca auxiliar, por exemplo, pagamentos de serviços públicos e mensalidades de escolas, academias, condomínios e outros serviços de pagamento por assinatura.
Pagador terá à disposição funcionalidades para gerir os pagamentos recorrentes. O cliente poderá, por exemplo, estabelecer um limite máximo do valor da parcela a ser debitada, podendo cancelar a qualquer momento a autorização.
O Pix automático permitirá transações gratuitas e sem a necessidade de autenticação. O recurso será gratuito ao pagador, mediante autorização prévia e específica, uma única vez, para acionar o pagamento recorrente por meio do próprio dispositivo de acesso ao Pix, por celular ou computador, no aplicativo da instituição financeira, segundo o BC.
Ferramenta deve "aumentar a eficiência, diminuir custos dos procedimentos de cobrança e reduzir a inadimplência" para o recebedor. "A redução de custos é esperada, pois a operação independe de convênios bilaterais, como ocorre atualmente no débito em conta, e utiliza a infraestrutura já criada para o funcionamento do Pix. Além disso, os procedimentos operacionais serão padronizados pela autoridade monetária [BC], o que facilita a implantação e aumenta a competição", completou o Banco Central em nota.
Recurso adiado para 2025. Em resolução publicada no mês de julho, o BC estabeleceu que o Pix automático passará a valer a partir de 16 de junho do ano que vem, e não mais em outubro de 2024, como anunciado anteriormente pela instituição.
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