No total, 23 pessoas foram presas, – sendo 16 somente na Bahia – e bens, que incluem uma ilha privativa na Baía de Todos os Santos, embarcações, barras de ouro e um parque industrial em Salvador foram bloqueados para pagamento da dívida. Foram cumpridos 129 mandados de busca e apreensão. São, ao todo, 31 mandados de prisão.
O grupo empresarial baiano Sasil, com atuação no ramo de comércio e distribuição de produtos químicos, está no centro das investigações, mas há indícios do envolvimento de pelo menos 300 empresas – sendo 50 com sede em paraísos fiscais (Ilhas Virgens Britânicas). Entre as empresas envolvidas está a Varient, vendida no ano passado pela Braskem ao Sasil.
No site do Sasil, o grupo se apresenta como “distribuidor autorizado Braskem, Innova, Basf, Petrobras, Eastman e outras” e informa vendas anuais de “300 mil toneladas de produtos químicos e termoplásticos”.
As operações do grupo envolviam os estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo, mas com ramificações em Alagoas, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Piauí, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe e Distrito Federal.
“O grupo tinha um planejamento elaborado para as fraudes baseado na utilização de pessoas como ‘laranjas’, por isso foi preciso tanto tempo para se chegar até o esquema e os responsáveis. Não era fácil reunir provas”, disse o superintendente da Regional Bahia e Sergipe da Receita Federal, Romeu Queiroz, em Salvador.
“Laranjas” - O esquema consistia em empresas do grupo acumularem dívidas junto à Receita Federal e protelarem esse pagamento. Para esconder os bens da execução, o grupo planejava e praticava vendas e falências de várias empresas no nome de pessoas que funcionavam como “laranjas”.
As investigações apontaram indícios de prática de crimes de sonegação fiscal, fraude à execução fiscal, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Estima-se que a organização criminosa causou um prejuízo de R$ 1 bilhão aos cofres públicos, sendo que R$ 110 milhões já constam na dívida ativa da União.
No exterior - O presidente da Sasil Industrial e Comercial de Petroquímicos, Paulo Sérgio Costa Pinto Cavalcanti, não foi localizado.
Na quarta, chegou-se a veicular a informação de que ele teria sido preso na Operação Alquimia, mas segundo familiares - entre eles um irmão, Thiago, que foi ouvido pela Polícia Federal e liberado em seguida - Paulo Sérgio está no exterior.
A mesma explicação foi dada por familiares do diretor comercial Fernando Caribé Filho, também citado na investigação.
A TARDE
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