Norte-americana encontra pedido de socorro de trabalhador escravo em brinquedo de Halloween

 

O Halloween, um dos feriados mais queridos dos Estados Unidos, leva milhares de donas de casas as compras em lojas de departamentos para decorar a casa em homenagem ao dia das bruxas. 
Em 2012, essa atividade tão comum surpreendeu a americana Julie Keith, moradora do subúrbio da cidade de Portland, noroeste dos Estados Unidos. Ao desembrulhar a lápide de plástico comprada por US$29 para enfeitar a varanda de casa, a americana se deparou com um pedido inusitado de socorro.
Quando abriu o enfeite, Keith encontrou uma carta escrita por um trabalhador, submetido a condições de trabalho desumanas em um campo de trabalho forçado chamado Masanjia, na China.

De acordo com a revista Superinteressante, a carta foi escrita em 2008 e detalhava os abusos sofridos pelos trabalhadores de Masanjia. De acordo com a carta, o salário mensal era de aproximadamente US$2 (R$ 4,60 por mês). Na carta, o chinês relata que eles sofriam torturas, privação de sono e agressões dos guardas da fábrica, além de horas de trabalho excessivas. Em seu relato, ele pedia a quem comprasse aquele brinquedo que fizesse uma denúncia a Organização Mundial dos Direitos Humanos.
Em entrevista a rede americana CNN, Julie conta que entrou em contato com várias organizações para fazer a denúncia mas não teve nenhum retorno. Foi quando resolveu postar a carta no Facebook e obteve a atenção o jornal local Oregonian, que dedicou um artigo na primeira página à história.
No inicio deste mês, a CNN conseguiu localizar o autor da carta, a quem apelidou de Mr Zhang. Ele foi preso e condenado a dois anos e meio de prisão em 2008, pouco antes das Olimpíadas de Pequim, acusado de divergência política e religiosa, assim como os outros presos no campo de trabalho. Zhang era seguidor de um movimento espiritual que foi proibido pelo governo chinês desde 1999, chamado Falun Gong. Vinte bilhetes foram escritos, mas apenas o de Julie foi encontrado.
Após a repercussão da carta, as autoridades chinesas disseram estar dispostas a rever a política de "reeducação através do trabalho". O campo de trabalho de Masanjia foi desativado e os presos políticos foram liberados.

Correio

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