Recentemente, Apple e Google anunciaram que irão reforçar a encriptação de dados de usuários em seus respectivos sistemas operacionais móveis. A notícia é bem-vinda pelos usuários, mas há quem ficou insatisfeito com a novidade: o FBI. O diretor da agência afirmou a repórteres nesta quinta-feira, 25, criticou a obsessão com criptografia destas duas empresas.
“Eu acredito que nós deveríamos poder obter um mandado de um juiz independente para ter acesso aos dados do smartphone de qualquer um”, ele afirma, lembrando que há caminhos legítimos para obter os dados de alguém, e citando algumas ocasiões em que isso possa ser necessário logo em seguida.
“A noção de que alguém anuncie um ‘armário’ que nunca possa ser aberto, mesmo que envolva um caso de sequestro de uma criança e um mandado judicial, para mim, não faz sentido”, afirma Comey.
Para quem não acompanhou o caso, a Apple diz que o novo sistema de criptografia do iOS inviabilizaria o acesso aos dados do usuário em qualquer situação, mesmo com mandado, já que a chave estaria apenas na mão da pessoa, inacessível pela empresa. No caso do Google, o Android já oferece a encriptação dos dados, mas a partir da edição “L”, que chega em breve, ela será padrão para todos. Não será necessário nem ativá-la nas configurações do aparelho.
E isso parece ter incomodado as autoridades americanas. É claro que existem situações legítimas e legais em que seria importante ter acesso aos dados dos usuários, como o exemplo citado por Comey. No entanto, a não-utilização de criptografia também se traduziu em abuso, como as denúncias de Edward Snowden sobre o esquema de espionagem global conduzido pela NSA.
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