As mudanças na vida de Yhasmim começaram em março. Catorze dias depois de receber a vacina da febre amarela, a menina começou a passar mal. Os primeiros sintomas eram os mesmos de uma doença viral comum: febre, dor no corpo e dor de cabeça. Até que em abril ela foi internada na UTI pela primeira vez e diagnosticada com suspeita da Síndrome de Guilian Barré - doença em que o sistema imunológico ataca os nervos, o que provoca fraqueza muscular.
Depois disso vieram outras duas internações na UTI e um novo diagnóstico: Mielite transversa aguda, doença neurológica que provoca inflamação da medula espinhal. Sem saber ao certo que tipo de doença a menina tem, Yhasmim e a família convivem diariamente com a incerteza. Por que isso tudo aconteceu? Ela pode voltar a andar? Quando as coisas voltarão ao normal?
"Diante de tudo que ela tem enfrentado, minha filha tem sido muito forte. Tem dia que ela fica triste, reclama de ficar sozinha e pergunta porque Deus fez isso com ela. Mas há outros dias em que ela leva na brincadeira e fica bem. É muito difícil. Eu fui para o hospital com a minha filha andando e voltei com ela desse jeito. A gente tenta não transparecer para ela e procura levar a situação da forma mais leve possível. Yhasmim era super ativa, uma criança normal", conta a mãe, antes de detalhar como tudo começou.
"Ela tomou a vacina (de febre amarela) no dia 13 de março, no dia 27 levei ela no Hospital Infantil com sintomas como febre e dor de cabeça. De lá ela foi para o HPM, onde os médicos notaram que ela havia perdido a sensibilidade na sola do pé. Depois conseguimos transferir ela para o particular, e o neuropediatra diagnosticou como Guilian Barré, depois veio o diagnóstico de Mielite Transversa. A Yhasmim fez uma sorologia, que é um exame de sangue mais específico para identificar se isso tudo aconteceu por causa da vacina. Mas o exame demora muito para ficar pronto, a gente não tem nem previsão de quando sai essa resposta. Até agora já foram três internações na UTI. Minha filha não mexe mais as pernas, nem os braços e tem dificuldade para respirar", detalha Pâmella.
Ajuda para financiar tratamento em São Paulo
Sem um diagnóstico fechado, a família agora busca ajuda para que a menina possa fazer o tratamento fora do Espírito Santo. Para arrecadar os R$ 20 mil necessários, uma vaquinha foi criada na internet, uma camisa da Desportiva autografada já foi rifada, e uma noite de caldos, em prol do tratamento da menina, está marcada para o próximo dia 13 de agosto.
A noite de caldos vai acontecer no bairro onde Yhasmim mora, em Santana, Cariacica, com bilhetes vendidos a R$ 20. A iniciativa foi da fotógrafa Camila Lima, que viu a menina crescer e se solidarizou com o problema enfrentado pela família.
"Eu conheço a mãe da Yhasmim desde a adolescência. Um dia fui fotografar um parto no hospital e encontrei a Pâmella chorando muito no corredor, foi aí que ela me contou toda história e eu me coloquei à disposição para ajudar. Fiz o álbum da Yhasmim e ofereci as fotos de presente (a menina fez aniversário em junho). E minha mãe tem um cerimonial e ofereceu o espaço para gente fazer a noite de caldos. Tem muita gente querendo ajudar, comprando os ingressos, doando alimentos para fazer o caldo. A gente precisa arrecadar esse dinheiro rápido, e está sendo bem legal essa ajuda", conta Camila.
Para Pâmella só resta agradecer e manter a esperança de que tudo vai voltar ao normal. "Esse book de fotos que a Camila fez foi a distração dela, ela ficou muito feliz. Os médicos dizem que aqui não tem recurso para tratar a Yhasmim direito e já recomendaram vários hospitais e clínica em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde a estrutura é melhor. Toda a ajuda é importante", afirma.
Na internet, já foram arrecadados pouco mais R$ 3 mil. Mas quem quiser ajudar também pode fazer doações para uma poupança no nome da mãe de Yhasmim, ou procurar a família por telefone.
Poupança
Banco: Banestes
Nome: Pâmella Dos Santos Trancoso
Conta: 11982311
Telefone: 9 9771-8719
Gazeta Online
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