Uma investigação iniciada pelo Ministério Público Estadual em 2014 resultou em 8 alunos expulsos por suspeita de fraude em cotas reservadas para quilombolas (descendentes de escravos) na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). As expulsões ocorreram entre março de 2016 e junho deste ano. Todos os estudantes são oriundos de Livramento de Nossa Senhora, município de 46 mil habitantes situado na Chapada Diamantina. Para ingressar na Uesb por meio das cotas, eles conseguiram um atestado de que pertenciam ao Quilombo da Rocinha, mas a própria presidente da associação do quilombo afirmou à Justiça que boa parte deles não morava lá. Além de perderem o direito de estudar, os alunos também serão alvo de ações criminais na Justiça. Uma delas, Maiara Oliveira Freire, a primeira a ser expulsa, foi condenada em março de 2016 a dois anos de prisão em regime aberto. A pena foi revertida em cumprimento de serviços comunitários e multa.
Depois do julgamento por falsidade ideológica, Maiara não retornou mais à universidade. Apesar de ter confessado a fraude na Justiça, a defesa da estudante alegou que ela foi induzida ao erro no momento da matrícula. Dos estudantes expulsos este ano, Thaline Cerqueira Moreira (Medicina) e Maria Isabel Correia da Silva (Direito) conseguiram retomar às aulas no mês passado, após conseguirem liminar na Justiça. Maurício Guilherme Nunes da Silva e Wicttor Huggo Cruz Santos, ambos alunos de Medicina e também expulsos, estão ainda recorrendo na Justiça. Os casos deles são os mais emblemáticos porque o Ministério Público não constatou fraude. As investigações do Ministério Público e da Uesb ocorreram de forma independente. (Correio)
Nenhum comentário:
Postar um comentário