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Battisti diz que usou falsa inocência para ter apoio de Lula

Battisti foi preso na Bolívia em janeiro

Em sua admissão de culpa à Justiça Italiana, Cesare Battisti afirmou que mentiu sobre sua participação nos assassinatos e assaltos pelos quais foi condenado na Itália para poder ser recebido por líderes de esquerda nos vários países pelos quais passou, tendo enganado inclusive o ex-presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva.

Battisti disse ao procurador Alberto Nobili, responsável por investigar a fuga de Battisti, que usou suas declarações de inocência para "obter apoios da extrema esquerda na França, no México, no Brasil e do próprio Lula".



"Não tive nenhuma cobertura oculta", acrescentou.


O italiano também garantiu que não cometeu nenhum crime para se manter no Brasil, onde trabalhou inclusive como porteiro.

Em sua confissão, Battisti também afirmou que já sabia que as coisas mudariam para ele com a ascensão de Jair Bolsonaro.

Battisti teve o status de refugiado revogado pelo ex-presidente Michel Temer. O decreto de prisão foi confirmado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em dezembro de 2018.

O italiano então fugiu do Brasil e foi preso na Bolívia no dia 12 de janeiro de 2019. De lá, foi enviado diretamente para a prisão na Itália.

Confissão

Ex-integrante do grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), Battisti admitiu pela primeira vez sua participação nos quatro homicídios pelos quais foi condenado à prisão perpétua.

A confissão foi feita no último fim de semana, na penitenciária da Sardenha onde ele cumpre sua pena, depois de ter ficado 40 anos foragido da Itália.

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Cesare Battisti foi condenado na Itália por terrorismo e participação em quatro assassinatos cometidos na década de 1970, período marcado por uma intensa violência política e conhecido como "Anos de Chumbo".

França, México, Brasil

Preso e condenado na Itália, Battisti fugiu em 1981 e se abrigou na França. Em seguida, mudou-se para o México, onde viveu por 10 anos. Retornou à Europa, aproveitando-se de um perdão do governo francês, que foi revisto algum tempo depois.


Com o apoio de Lula, Battisti chegou a ganhar refúgio do então ministro da Justiça, Tarso Genro.

A decisão seria revogada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia de seu segundo mandato, decidiu autorizar sua permanência no país.

Em liberdade, Battisti iniciou uma existência tranquila em Cananeia (SP), teve um filho e contou com apoio constante de militantes de esquerda que defendiam sua inocência.

Em todo o seu período de fuga, Battisti sempre se declarou inocente e dizia ser vítima de um "processo político".

Atualmente, Battisti cumpre pena de prisão perpétua na penitenciária de Oristano, na Sardenha, em regime de isolamento diurno por seis meses. Ele tenta converter a sentença para 30 anos de prisão, pena máxima da legislação brasileira.

R7/UOL

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