MPT abre inquérito para apurar resgate de jovens no E. C. Jacobinense. Caso é o primeiro em clube de futebol do país

 


O Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurou nesta quarta-feira (15/06) procedimento para investigar a situação de suposto trabalho análogo ao de escravos no Esporte Clube Jacobinense envolvendo cinco adolescentes.


O caso foi descoberto por auditores-fiscais da Superintendência Regional do Trabalho (SRT) em inspeção realizada no último domingo (12/06) no alojamento da agremiação esportiva, em Cajazeiras, bairro de Salvador. A equipe de servidores da SRT-BA enquadrou a situação como trabalho escravo e fez o resgate dos jovens.


Os adolescentes estavam alojados e realizavam seus treinos para a divisão de base do Jacobinense, que tem sua equipe principal atualmente disputando a série B do Campeonato Baiano. Esse é o primeiro caso de resgate de jovens em clube de futebol no Brasil. Segundo relato parcial dos auditores, que deverá integrar relatório a ser encaminhado nos próximos dias ao MPT para servir de base para o inquérito, foram verificadas carga de treinamento intensa e alimentação inadequada aos jovens, além do impedimento da liberdade de ir e vir.


O procurador Bernardo Guimarães já deu início à apuração, mantendo contato com o auditor-fiscal responsável pelo resgate e com o Ministério Público do Estado, que também deverá seguir acompanhando a situação. O procurador aguarda o envio do relatório de fiscalização com todos os detalhes para definir os próximos passos da investigação. As informações preliminares dão conta de que não havia contratos de atleta em formação nem pagamento de bolsa auxílio, além de não ter sido identificada nenhuma matrícula em unidade escolar.


As condições de trabalho dos adolescentes começaram a ser investigadas depois que um integrante da comissão técnica do Jacobinense Esporte Clube foi preso temporariamente, acusado de assédio sexual a jovens do centro de treinamento. Essa investigação está a cargo da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca).


Escrito por ASCOM

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