A construção de uma planta de hidrogênio verde em Camaçari pela Unigel, um projeto de US$ 1,5 bilhão, anunciado dois anos atrás, parece estar com os dias contados. A Unigel está em recuperação judicial e os fornecedores de equipamentos contratados para a fábrica de hidrogênio começam a buscar novos compradores.
A ThyssenKrupp está procurando novos compradores para os equipamentos encomendados pela Unigel, segundo informa o jornal Valor Econômico. Enfrentando uma grave crise financeira, a companhia depende de encontrar um sócio que banque o investimento para seguir adiante com o projeto.
Segundo fontes da indústria, a multinacional alemã já está em contato com potenciais compradores dos primeiros eletrolisadores que equipariam a fábrica em Camaçari (BA). Os equipamentos foram montados na Europa e estão prontos, mas até agora a Unigel não autorizou seu embarque para o Brasil.
A planta da Bahia seria a primeira em escala industrial no Brasil para produção de amônia e hidrogênio verde, mas a companhia paralisou o projeto diante da piora de sua situação financeira. A Unigel busca um acordo extrajudicial com credores financeiros para equacionar dívidas de R$ 3,9 bilhões.
A Unigel afirma que ainda procura parceiros estratégicos para viabilizar o projeto. Segundo a empresa, estão em curso conversas com a Petrobras acerca de um potencial investimento em combustíveis renováveis, incluindo hidrogênio verde, mas não houve acordo até o momento.
A companhia e a estatal chegaram a um entendimento sobre um contrato de industrialização sob encomenda (“tolling”) de fertilizantes nitrogenados, mas o contrato foi questionado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). (Veja aqui) O empreendimento de hidrogênio verde seria instalado justamente em uma das fábricas de fertilizantes arrendadas pela Unigel da Petrobras. (Veja aqui)
O projeto integrado de hidrogênio e amônia verde no Polo Industrial de Camaçari, seria um dos maiores do mundo e teria capacidade de produção inicial de 10 mil toneladas por ano de hidrogênio verde e 60 mil toneladas anuais de amônia verde. Numa segunda fase, com início de operação projetado para 2025, a ambição era quadruplicar a capacidade produtiva.
Bahia Economia
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