O Procon está investigando o aumento no preço do cimento durante a pandemia de coronavírus, após denúncia do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo e do Sindicato da Habitação.
Durante o primeiro semestre de 2020, o consumo de cimento caiu devido o início da pandemia de coronavírus, segundo aponta relatório do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento.
A partir de abril, no entanto, o mercado começou a apresentar sinais de melhora, especialmente no setor de a autoconstrução, tanto residencial quanto comercial, e a continuidade de obras do setor imobiliário. Em julho, a venda de cimento aumentou 18,9 % em relação a 2019. No acumulado do semestre os números também foram positivos, registrando um aumento de 6,5% comparado ao mesmo período do ano passado.
Qual foi o aumento no preço do cimento? Um levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção aponta que 95% das construtoras do Brasil notaram uma inflação no preço do cimento desde março, quando foi decretado estado de calamidade pública no país por causa da Covid-19. Em São Paulo, 66% das empresas disseram que o aumento foi de até 10% e, 28%, acima de 10%.
Outros materiais de construção que também apresentaram alta no preço foram o aço, blocos de cerâmica e concreto, cabos elétricos, entre outros. A pesquisa foi realizada entre 16 e 21 de julho, e ouviu 462 empresas em 25 estados das cinco regiões do país.
Qual a acusação dos sindicatos? Antonio Ramalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Construção Civil do Estado de São Paulo, diz que a alta no preço do cimento é especulativa. Segundo ele, o mercado de construção civil se manteve razoavelmente estável durante a pandemia, e não houveram ajustes do salário dos trabalhadores da indústria, por exemplo, que justifiquem o reajuste no preço do cimento.
“Acreditamos que as fábricas que produzem cimento podem estar desligando alguns fornos para diminuir a oferta de cimento no mercado”, disse Ramalho ao 6Minutos.
Ele atribui o aumento na demanda de cimento à injeção de dinheiro na economia do país devido ao auxílio emergencial, ao saque emergencial do FGTS e o seguro desemprego oferecido à todos que foram demitidos por causa da contração geral do mercado.
O que dizem os órgãos da indústria de cimento? O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento afirma, em nota, que “não se manifesta sobre relações comerciais entre o fabricante do cimento e clientes, especialmente no tocante a preços”, e assegura que “O setor cimenteiro mantem seu compromisso com o desenvolvimento econômico e social do país e para isso continua trabalhando e atuando fortemente e em sintonia com a cadeia produtiva da construção civil”.
A Associação Brasileira de Cimento Portland não se manifestou até a publicação desta matéria.
FONTE: https://6minutos.uol
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