MAIS UM EVENTO SÍSMICO É REGISTRADO EM JACOBINA . PREOCUPADA, POPULAÇÃO COBRA AÇÕES EFETIVAS DAS AUTORIDADES PARA ESCLARECER DEFINITIVAMENTE A ORIGEM DOS TREMORES

 


Nesta ´última sexta-feira (28), às 01h43 UTC (22h43, hora local [do dia 27/05/2021]), mais um tremor de terra foi registrado no município baiano de Jacobina, de magnitude preliminar 1.1 mR. O último evento registrado na região, que ocorreu no início da semana, mais precisamente na segunda-feira (24), às 16h25 UTC, teve sua magnitude preliminar calculada em 1.2 mR. Até o momento desta publicação o Laboratório Sismológico da UFRN não recebeu nenhuma informação de que moradores tenham escutado ou sentido o evento desta sexta-feira.

O Laboratório Sismológico segue monitorando e divulgando toda atividade sísmica que ocorra no estado da Bahia, bem como informando a Defesa Civil local e estadual.

Este novo evento soma-se aos vários outros registrados pelo Laboratório Sismológico da UFRN, labsis, desde o fim do ano passado. Os tremores, que estão se tornando cada vez mais corriqueiros na Cidade do Ouro, causam temor a população, que cobra respostas das autoridades.

Há registros de residências que já apresentam rachaduras provocadas supostamente pelos eventos sísmicos, conforme inclusive matérias anteriores do nosso portal de notícias, e matéria recente da TV SÃO FRANCISCO gravada  em Jacobina


EXPLOSÕES EM MINERADORA SÃO INVESTIGADAS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO. 


Em fevereiro deste ano, uma denúncia feita por moradores da comunidade de Jaboticaba, fez com que o MINISTÉRIO PÚBLICO em Jacobina solicitasse uma nova vistoria na MINERADORA JMC, CONTROLADA PELA MULTNACONAL YAMANA GOLD.

Conforme matéria publicada no site meussertoes.com.br, na noite do dia 2 de fevereiro, Alexsandro Araújo Amorim enviou uma mensagem, via whatsapp, para a Promotoria Especializada em Meio Ambiente do Ministério Público da Bahia, em Jacobina. Morador da comunidade Jabuticaba, no entorno da mineradora Jacobina Mineração e Comércio (JMC), que extrai ouro no local, ele comunicou uma explosão sem precedentes  e indicou o horário preciso da detonação realizada pela empresa controlada pela multinacional canadense Yamana Gold: 23h07min.

Horas depois, integrante da Associação de Produtores Rurais de Jabuticaba recorreu à promotoria e deu detalhes do caso. Segundo o relato, o abalo causou pânico entre os moradores, casas estremeceram, janelas vibraram e objetos caíram em algumas residências.

Na manhã do dia seguinte, o Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte divulgou em seu site a ocorrência de um tremor de terra de magnitude preliminar de 2.7 na escala Richter, cujo maior valor é 10.0, no mesmo local e horário da detonação. Este era até então o nono “terremoto” registrado na cidade desde o dia 27 de outubro do ano passado, o segundo ocorrido no mesmo instante em que a mineradora realizava uma das três explosões diárias.

A denúncia  levou o Promotor do Meio Ambiente Pablo Almeida a solicitar uma nova vistoria na empresa com objetivo de investigar a origem dos abalos e se estes poderiam atingir a estrutura das barragens de rejeito da mineradora. No despacho, o  primeiro problema elencado por Dr Pablo é a sequência de abalos sísmicos ocorridos nos últimos 90 dias, independente de serem naturais ou provocados pelas detonações da empresa. A mineradora apresentou ao promotor estudos consignando Jacobina como área assísmica (sem ocorrência de tremores), o que aumenta a preocupação dele. Se as barragens de resíduos foram construídas sem considerar este risco, a confiabilidade da estrutura seria então reduzida, ponderou o promotor.


O segundo fator era a ausência de instrumentação adequada por parte da empresa, como a instalação de uma estação sismológica na cidade, para identificar com precisão a origem dos abalos sísmicos. Apesar dessa providência ter sido recomendada duas vezes pelo Ministério Público, ela não efetivada pela Jacobina Mineração/Yamana Gold. O promotor determinou também a interrupção das detonações em quaisquer horários enquanto não fosse instalada uma estação de monitoramento sísmico entre as barragens B1 e B2.  A determinação levou a empresa a anunciar por meio de nota que A Yamana/JMC estaria em fase final de contratação de especialistas em sismologia que iniciariam estudos ainda no final de fevereiro. Além disso, estaria locando um aparelho para medições sismológicas no intuito de obter informações em tempo real para detecção e medição de tremores na área, entretanto nenhuma nova informação posterior a respeito da efetivação destas ações anunciadas pela empresa foram divulgadas.


Preocupados com os eventos sísmicos cada vez mais frequentes na cidade, os moradores cobram das autoridades ações mais efetivas para se desvendar definitivamente quais as reais causas destes eventos, pois não são só os abalos que preocupam, e sim o que estes podem causar de danos nas barragens de rejeito da mineradora, independentemente de eles serem causados ou não pelas detonações realizadas nas galerias da mineradora, afinal, um hipotético rompimento da barragem de rejeitos de Jacobina seria catastrófico, causando a perda de inúmeras vidas, além danos irreparáveis ao meio ambiente, afinal de contas as imagens dos eventos ocorridos em Mariana e Brumadinho mostram claramente os riscos de um rompimento de barragem e ainda estão bem vivas na memória dos brasileiros.


Bahia Acontece

Contribuição: Site Meus Sertões









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