O Ministério Público da Bahia (MP-BA), investiga a delegada de Polícia Civil Maria Selma Pereira Lima, suspeita de ter cometido diversas irregularidades no órgão.
Circula nas redes sociais um documento que seria de autoria do Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público estadual (Gaeco) com acusações sobre sua atuação na PC. Em nota, o MP confirmou que ela está sendo investigada pelo Gaeco.
Selma dirigia até a última sexta-feira, 4, o Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), um dos mais importantes da Polícia Civil, quando foi exonerada.
Em nota, a PC esclareceu que a Corregedoria da Instituição (Correpol) tomou conhecimento sobre um relatório com denúncias e iniciou as apurações. Também informou que um procedimento relacionado a diretora do Departamento se encontra em andamento na Correpol, e que sua exoneração . Ela, que foi exonerada da PC nesta sexta-feira, 4, e que a saída da diretora não tem foi motivada pelas investigações, faz parte de uma série de atos administrativos que ocorrem periodicamente, dentro de um processo natural de aperfeiçoamento do trabalho.
Conforme o MP-BA, a investigação está na fase de análise da documentação apresentada pela representante e das diligências iniciais para verificar a procedência das informações. Após essa investigação preliminar, todos os envolvidos serão chamados para depor.
Segundo informações da TV Bahia, a delegada é acusada de ser líder de uma organização criminosa composta de assaltantes e traficastes, segundo a representação enviada ao Ministério Público. Já o MP/BA informou que a denúncia está em fase inicial de análise das documentações, que os envolvidos serão chamados a depor em breve e que procedimento corre sob sigilo, não sendo possível o fornecimento de outros neste momento, de modo a não atrapalhar a investigação e assegurar o êxito na adoção das medidas que se façam necessárias.
Segundo matéria do Correio da Bahia, a denúncia, assinada em agosto deste ano pela delegada Carla Santos Ramos e cita outros agentes públicos, afirma que Maria Selma mantém sob a sua liderança “uma rede de indivíduos ligados à polícia e ao mundo do crime, destinados à pratica constante e reiterada de delitos, notadamente contra o patrimônio e tráfico de drogas, e que usa a estrutura do Estado para garantir a impunidade dos executores e autores intelectuais”. No documento enviado ao MP, Carla enumera uma série de delitos, liberações de prisão indevidas, omissões e associações ao crime atribuídos à sua superiora.
O primeiro deles teria ocorrido no dia 6 de setembro do ano passado, quando uma quadrilha foi presa na DRFR por roubar, com uso de arma de fogo, uma carga de telefones celulares da empresa Magazine Luiza avaliada em R$ 100 mil.
Além da prisão de quatro criminosos e a recuperação da carga, foram apreendidos um revólver e dois veículos, um deles uma Fiorino branca de placa adulterada. O veículo foi roubado em julho do ano passado. Citando diversos investigadores e agentes de polícia, além dos números dos boletins de ocorrência, a denúncia enviada ao MP afirma que o auto de prisão em flagrante não foi comunicado no prazo legal e os “flagranteados foram liberados em audiência de custódia no dia 09/09/2019”.
Trecho do relatório enviado ao MP
(Foto: Reprodução) Correio
Os advogados da delegada se manifestaram sobre a denúncia dizendo que vão provar a inocência de sua cliente, e que as acusações são baseadas em meras suposições sem fundamento.
BAHIA ACONTECE, via A TARDE / TV BAHIA / CORREIO
Foto: (Foto: Marina Silva/Aquivo CORREIO)
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