12/01/2021
O presidente dos EUA, Donald Trump, se tornou nesta quarta-feira (13) o primeiro da história do país a sofrer dois impeachments em um mandato. A Câmara dos Representantes aprovou, por 232 votos a favor (sendo 10 de republicanos) e 197 votos contra, com 5 abstenções, a proposta para afastar o republicano após a incitação que levou à invasão do Capitólio, sede do Congresso norte-americano, há uma semana, que teve 5 mortes e dezenas de feridos e presos.
Com isso, o processo continua com um julgamento no Senado, que poderia acontecer no fim desta semana, se uma sessão extraordinária fosse convocada pelo republicano Mitch McConnell, líder da maioria. O mais provável é que essa etapa seja realizada depois da posse do presidente eleito Joe Biden e dos novos membros do Congresso no dia 20, e pode envolver a perda de direitos políticos e outros privilégios de Trump.
Durante as mais de duas horas de debate na Câmara, a presidente da casa, a democrata Nancy Pelosi, chamou Trump de um "perigo imediato" para o país e disse que ele "deve sair". Vários republicanos se manifestaram a favor do impeachment, coisa que não aconteceu no processo anterior, há um ano.
No total, os republicanos que votaram pelo afastamento de Trump foram Dan Newhouse (Washington), John Katko (Nova York), Jamie Herrera Beutler (Washington), Adam Kinzinger (Illinois), Fred Upton (Michigan), Liz Cheney (Wyoming), Peter Meijer (Michigan), Anthony Gonzalez (Ohio), Tom Rice (Carolina do Sul) e David Valadao (Califórnia).
O que acontece agora?
O julgamento no Senado deve começar apenas após a posse dos novos senadores, no dia 20. O presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts, presidirá as audiências e a votação precisa ser de pelo menos dois terços dos parlamentares para que Trump seja realmente retirado da presidência. Democratas e republicanos terão 50 votos cadas, mas vários parlamentares do partido de Trump parecem dispostos a votar contra ele.
Em termos práticos, ele já será o ex-presidente, mas se ele for condenado no Senado, isso abrirá a porta para uma nova votação, desta vez por maioria simples, que pode tirar seus direitos políticos e outros benefícios. Trump não poderia mais se candidatar à presidência e perderia sua pensão anual de US$ 200 mil (cerca de R$ 1 milhão), além da proteção do Serviço Secreto.
R7
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