Segundo o instituto, a experiência foi possível porque as duas bombas do dispositivo conseguiram, durante um mês, fazer circular o fluxo de sangue – o qual o coração original do paciente, que foi removido, já não era mais capaz de fazer. A operação ocorreu no Hospital Episcopal St. Luke, em Houston As informações são do site do instituto.
No mês de março deste ano, a equipe do hospital implantou o aparelho, desenvolvido pela dupla de médicos Bud Frazier e Billy Cohn, no norte-americano Craig Lewis, de 55 anos, residente em Houston, em uma última tentativa de salvar sua vida. O paciente sofria de uma rara doença conhecida como amiloidose, na qual seu coração sofreu acúmulo de uma substância proteica rara chamada amiloide. Pacientes nessa condição não são candidatos a se submeterem a um transplante de coração, pois a amiloide teria grande chance de reincidir no novo órgão transplantado.
Antes de se sujeitar à experiência, Lewis sobrevivia graças a uma bomba externa de sangue, uma máquina de diálise, e uma máquina de respiração. Menos de uma semana após o implante do dispositivo, Lewis foi capaz de sentar-se na cama e falar com seus familiares. Entretanto, tudo o que se podia ouvir quando se colocava a cabeça no lado esquerdo do peito era um zumbido.
Atualmente chamado de LVAD (Dispositivo de Assistência Ventricular Esquerda, sigla em inglês), os aparelhos são produzidos por uma empresa californiana. Foram aprovados pela FDA (Food and Drug Administration, órgão regulador dos EUA) em 2010 para uso em casos especiais, com o objetivo de auxiliar o ventrículo esquerdo defeituoso (principal câmara de bombeamento do coração) em pacientes que sofrem de insuficiência cardíaca terminal.
De acordo com o instituto, a família de Lewis concordou e esteve ciente de todos os procedimentos. Lewis , que morreu em abril, foi o primeiro ser humano a utilizar o aparelho no lugar do coração. O dispositivo já havia sido aprovado e bem tolerado em mamíferos, segundo o Laboratório de Investigação Cardiovascular Cullen.
O ponto negativo do procedimento é que a falta de pulso torna difícil descobrir se um paciente está vivo ou morto. De acordo com o instituto, até mesmo um aparelho de eletrocardiograma iria registrar uma pessoa usando o novo coração como morta.
Tribuna da Bahia
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