Ignácio Coqueiro, ex-diretor de Xuxa Meneghel na Record TV, deixou a emissora no ano passado. Atualmente, ele está a frente da parte artística do primeiro Museu do mundo que explica a origem da linguagem escrita na humanidade. Em entrevista, ele revela que estava cansado das produções de programas e que não sente falta da TV.
Segundo Ignácio, liderar a produção de programas de auditório evidenciava as ‘futilidades e bobagens’ do formato. “Não estava me fazendo muito bem”, conta ele, que já dirigiu ‘Caldeirão do Huck’ e o ‘Hora do Faro’, entre outras atrações. Antes da Record, ele pertencia a Globo. Na emissora, foi responsável pelas novelas: Mulheres de Areia, Cara e Coroa, A Viagem e O Amor Está no Ar.
“Eu estou tão feliz com essa questão do Museu e do inglês, que estão indo super bem, que não tá dando muito saudade (da TV) não. Principalmente naquela loucura toda que era a Record. Eu sofri um pouquinho lá. A TV Globo realmente é uma emissora de televisão. A Record TV não tem tantos profissionais de televisão como tem a Globo. Na verdade quem manda mais são os pastores e os bispos do que os próprios profissionais da TV. Isso estava me sufocando um pouco ficar lá”, desabafa o ex diretor.
Coqueiro afirma que após deixar o projeto Xuxa Meneghel, sua saída foi motivada pelo salário alto e o desgaste com problemas de terceirização do programa. “O meu salário era muito alto lá dentro. Como a TV Globo fez, e como as emissoras de televisão estão fazendo, estão tirando as pessoas de qualidade que tem um salário que corresponde com sua bagagem de conhecimento, por outras mais novas, pra dirigir programas de televisão. Isso vem acarretando várias coisas. O fechamento de turno e diretores inseguros. Você ter um diretor inseguro, você sabe que o ator vai lá e faz o que quer. Age como ele age e não age como diretor e nem como autor deseja. isso começou agora e futuramente vai dar muito problema e tá dando”, disse ele.
Depois de enfrentar problemas com a Record após assumir o programa da Xuxa, isso não melhorou. Problemas com a produção e com a audiência foram fatais. “A Xuxa não viaja de avião de carreira, então para alugar um jato para ela poder ir para São Paulo, eu também não conseguia, não tinha dinheiro. Então, foi feito um acordo, um contrato, com a Casablanca (que assumiu a produção do programa), que na verdade não deu pra cumprir porque não tinha dinheiro. O que acontece com isso? A qualidade do programa cai e quem é o culpado? É o diretor. Nem Spielberg dava jeito naquilo. Era mais fácil abrir o Mar Vermelho do que dar audiência na Xuxa. Por todos esses motivos, a gente vai perdendo um pouco o tesão”, desabafa.
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