Eduardo Lima, de 46 anos, nascido em Capim Grosso, interior da Bahia, foi selecionado para a exposição Salão Internacional de Arte Contemporânea.
O ex-frentista brasileiro largou as bombas dos postos de gasolina, se tornou pintor e chegou ao Louvre, um dos museus mais famosos do mundo. Ele se emocionou ao realizar o sonho de ver suas obras expostas em Paris, na França.
No vídeo, compartilhado no perfil pessoal do artista, as lágrimas de felicidade de alguém que venceu!
“Confesso que eu me emocionei quando via a minha obra exposta. Saber que eu estou representando o Brasil, a Bahia, o Nordeste, a minha cidade natal, Capim Grosso: e a minha cidade onde fui acolhido, adotado, Barreiras; me traz uma alegria, uma felicidade muito grande. É a realização de um sonho”, disse o pintor.
Assista ao vídeo de Eduardo e Cida emocionados quando viram as obras no Louvre:
Trajetória de inspiração
Eduardo começou a pintar quando ainda era frentista. Hoje, ele quer fazer de sua trajetória uma inspiração para outros artistas.
“Espero que a minha história sirva de exemplo para todos os jovens que almejam viver de arte. Eu me emocionei porque lembrei de toda a minha trajetória. De quando pintei a primeira tela, trabalhando de frentista, despretensiosamente. E logo depois, me despertou o sonho de ver essa obra num ponto mais alto possível. E hoje digo: eu consegui! Eu venci!”, comemorou.
Como começou
A arte está no sangue desde muito cedo. A carreira começou em uma olaria onde seu pai trabalhava.
Lá, Eduardo começou a brincar de fazer esculturas antes de ir para a escola.
Aos 18 anos, ele começou a trabalhar como frentista e superou desafios até conseguir viver do que realmente gosta.
“Comecei a pintar quadros para mim mesmo e para minha família no meu tempo livre”, disse Eduardo à revista ‘Pequenas Empresas & Grandes Negócios”.
Primeira venda
Uma de suas obras ficava pendurada na loja de sua esposa, Aparecida Cruz, mas um cliente pediu para comprar e o casal decidiu vender.
Para substituir o quadro vendido, um novo foi feito e colocado no mesmo lugar.
“Foi natural assim começar a vender. Eu passei a fazer pinturas depois que chegava do trabalho para vender. Virei um frentista artista”, contou.
Jornada dupla
Foram nove anos trabalhando com as duas profissões, até que ele decidiu que as bombas de gasolina já não mais pertenciam a ele, era hora de viver de arte!
“Eu peguei minhas telas, comprei um carrinho bem velho e passei a viajar pela região para expor em praças públicas do interior. Eu era como um ambulante de arte”, disse o artista plástico.
Mas foi na internet que Eduardo estourou. A primeira página foi criada por ele no facebook em 2010. Hoje, o brasileiro já tem mais de 100 mil seguidores. E foi pelas redes que ele foi notado na França.
“O Felipe viu, no Twitter, a minha obra de releitura da Monalisa e do Van Gogh. Foi por acaso, mas ele gostou muito e entrou em contato comigo. Eu fiz e ele gostou tanto que depois entrou em contato para eu fazer uma da namorada dele”, explicou.
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Do nordeste para o Louvre!
A potente arte nordestina de Eduardo furou a bolha e ganhou o mundo, chegando até Paris.
Os quadros expostos pelo artista no museu foram “Falando ao Coração” e “Ouvindo o Coração”, e retratam a antiga brincadeira infantil “telefone sem fio”.
“São duas pinturas de óleo sobre tela. Faz parte de uma série que criei, com dez obras, entre elas “Barquinho de Papel”, “O Menino e o Pneu”, “Amarelinha” e “Bolinha de Sabão”. A linguagem é lúdica e passa uma mensagem importante sobre a importância da comunicação e da empatia em todas as fases da vida”, explicou.
Não desistir
Para ele, quando alguém tira um momento para escutar nossos sentimentos, isso nos fortalece e nos acalma.
“Nos motiva a não desistir de nossos sonhos”, disse.
Eduardo foi para Paris acompanhado da esposa Cida Lima.
Para comemorar, Cida usava um vestido pintado pelo esposo.
“Ela sempre me apoiou e acreditou no meu sonho de artista. E agora cá, estamos nós, na França”, celebrou Eduardo.
Fonte: sonoticiaboa.com.br
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