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Cinegrafista húngara que agrediu migrantes diz que entrou em pânico


A cinegrafista Petra Laszlo, de uma TV húngara, causou indignação internacional ao chutar crianças refugiadas que tentavam escapar de um bloqueio na fronteira com a Sérvia. Filiada a um partido radical que faz campanha contra imigrantes, ela foi demitida (Foto: AFP/Index.hu)


A cinegrafista húngara que aparece em um vídeo chutando migrantes que haviam acabado de atravessar a fronteira do país afirmou nesta sexta-feira (11) que entrou em "pânico" e lamentou sua atitude.
"Quando assisto o vídeo hoje, não me reconheço. Lamento sinceramente o que fiz, e assumo a responsabilidade", afirma a cinegrafista Petra Laszlo em uma carta publicada no site do jornal húngaro Magyar Nemzet.
"Entrei em pânico. Não sou uma cinegrafista racista e sem coração", completa a mulher de 40 anos, que foi interrogada pela polícia na quinta-feira como parte de uma investigação criminal aberta pela justiça húngara.
As imagens de Petra Lazlo dando chutes nos migrantes e dando uma rasteira em outros, incluindo crianças, provocaram repúdio na Hungria e no exterior, no momento em que o país é criticado por sua atitude a respeito dos migrantes.
Sequência mostra homem correndo com criança e tropeçando na perna da cinegrafista húngara (Foto: Reuters/Marko Djurica)
O N1TV, canal de televisão ligado à extrema-direita para o qual a cinegrafista trabalhava, anunciou sua demissão de maneira imediata por comportamento "inaceitável".
"Estava filmando quando centenas de refugiados romperam o cerco policial. Um deles tropeçou em mim e entrei em pânico", tenta explicar na carta, em sua primeira reação pública.
"Como mãe, lamento que tenha sido uma criança a esbarrar em mim, e que eu não tenha percebido", completa.
"Estou abalada com o que fiz, mas também com o que fizeram comigo", acrescenta no texto.
Um "muro da vergonha" em una página do Facebook, que inclui fotos, vídeos e comentários sobre o incidente, recebeu a adesão de milhares de internautas.
"Não mereço esta caça às bruxas, nem as calúnias, nem as ameaças de morte", afirma a jornalista.
"Sou apenas uma mulher, hoje mãe desempregada, com filhos pequenos, que tomou uma decisão ruim em um momento de pânico".

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