O Ministério Público de Goiás realiza nesta terça-feira (21) uma operação para combater uma quadrilha que fraudava o encaminhamento de pacientes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para Unidades de Terapia Intensiva (UTI), na Grande Goiânia. Em algumas situações, a pessoa tinha o estado agravado para justificar a internação. Ao todo, são cumpridos 24 mandados de prisão temporária e 43, de busca e apreensão. Entre os envolvidos estão servidores do órgão, médicos e também donos de UTIs.
Até as 9h desta terça-feira, 21 pessoas já foram detidas. A operação, denominada "SOS Samu", começou após o MP descobrir um esquema de pagamento de propina a alguns funcionários do serviço de resgate para que eles direcionassem pacientes que tivessem planos de saúde para UTIs específicas. Com isso, ocorria uma fraude na regulação do acesso aos leitos. O órgão ainda não tem estimativa de qual valor em dinheiro o esquema movimentou.
Segundo o MP, após ser feito o atendimento de urgência pelo Samu, os socorristas entravam em contato com a central de regulação , responsável por controlar o encaminhamento das vagas das UTIs. Ao invés de mandar o paciente a algum hospital vinculado ao SUS, encaminhavam aqueles que tinham plano de saúde para unidades particulares.
Com isso, as UTIs ficavam cheias de pacientes, garantindo lucro para os médicos e donos dos leitos. Os subornos eram passados por médicos e por proprietários de UTIs por meio de depósitos bancários ou até mesmo entregando dinheiro em espécie diretamente aos integrantes do esquema.
Além disso, o MP constatou encaminhamentos desnecessários de pacientes às UTIs, inclusive agravando o estado de saúde das pessoas, o que foi considerado pelo órgão como “métodos espúrios e perigosos”, como “rebaixamento artificial de consciência do paciente” e até uso de sedativos. Socorristas recebiam R$ 500,00 por encaminhamento, já médicos recebiam R$ 13.000,00, o valor de um plantão inteiro
Os investigados são suspeitos de crimes como associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva.
A Secretaria Municipal de Saúde explicou, em nota, que abriu uma sindicância para apurar os fatos. No comunicado, o órgão reforça que, “caso seja comprovado o envolvimento ilícito de servidores, as devidas medidas administrativas serão tomadas, inclusive com exoneração”.
G1
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