O jovem Filipe Pedreira, de 19 anos, filho do prefeito da cidade baiana de Salinas da Margarida e suspeito de torturar, espancar e cortar os cabelos da ex-mulher, Clara Emanuele Santos Vieira, de 20 anos, ainda não foi localizado pela polícia, 47 dias depois de ter a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Nesta quarta-feira (4), a Polícia Civil informou ao G1 que diligências continuam sendo realizadas com a finalidade de localizar o jovem, considerado foragido.
Filipe é procurado desde o dia 18 de maio, quando foi acatado o pedido de prisão, solicitado pelo Núcleo de Proteção à Mulher (NPM) da 4ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), com sede em Santo Antonio de Jesus, onde o crime ocorreu.
No dia 24 do mesmo mês, policiais cumpriram mandado de busca e apreensão em imóveis da família do jovem, em lugares indicados por denúncias anônimas, nas cidades de Salinas da Margarida, Arauá, Jaguaripe, mas ele não foi encontrado.
Caso
Ao G1, ela contou ter recebido socos no rosto, e também que teve os cabelos e dedos cortados. Segundo a vítima, o homem também agrediu o filho deles e o pai dela, com spray de pimenta.
Conforme informou a delegada Patrícia Jackes, que investiga o caso, Filipe confessou as agressões e alegou ciúmes. "Disse que Clara Emanuele havia traído ele e, por isso, ele se descontrolou", detalhou a delegada à época do crime.
No Instagram, a vítima publicou imagens com hematomas no olho e disse que o celular dela foi destruído. A situação acabou gerando a campanha "#todosporclara" nas redes sociais.
Clara conta que, enquanto o ex a agredia, a acusava de traição. "Ele disse que eu tinha outro namorado. Disse que ia me deixar careca e que ninguém ia me querer. E que se eu tivesse outro, ia matar a mim e a ele".
Durante a agressão, os vizinhos ouviram a discussão e chamaram a polícia. No entanto, Clara teve medo de fazer a denúncia. O suspeito, então, foi para a casa do ex-sogro, na cidade de Muniz Ferreira.
Segundo Clara, no imóvel, ele ameaçou o sogro com uma faca e tentou agredí-lo, além de lançar spray de pimenta no filho de um ano. O bebê foi levado para o posto de saúde da cidade, avaliado e depois liberado. Ele não teve ferimentos.
No dia 19 de maio, parentes e amigos de Clara realizam um protesto na região do Iguatemi, em Salvador, para pedir justiça pelo crime.
Agressões
Clara disse que ela já havia sido agredida outras vezes durante o relacionamento. Ela casou com o rapaz no final de 2016 e a separação ocorreu no dia 27 de abril deste ano, porque ela não aguentava mais a violência.
Ela contou que o relacionamento piorou desde que o filho deles nasceu. A jovem disse que, depois de ter rompido o silêncio e ter visto a repercussão do caso dela nas redes sociais, muita mulheres procuraram ela para também relatar casos de violência.
G1
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