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Juazeiro: Pichação ameaça radialista testemunha do inquérito que indiciou o diretor do SAAE por homicídio


Na manhã desta sexta-feira (27), o PNB recebeu a foto de uma pichação com ameaça ao radialista Waltermário Pimentel, uma das testemunhas do inquérito policial que aponta o envolvimento de Joaquim Medeiros Neto, diretor-presidente do Serviço de Água e Saneamento Ambiental (SAAE) de Juazeiro, no homicídio que vitimou Adalberto Gonzaga, ex-coordenador da Defesa Civil do município.
A pichação foi feita debaixo de um dos arcos da ponte no Centro da Cidade e traz, como mensagem, uma ameaça de morte ao radialista. “Waltermário Bocão, você vai ser o próximo”. O PNB não conseguiu entrar em contato com o profissional.


Conforme o inquérito policial, momentos antes de ser assassinado, Adalberto participou de uma entrevista no programa do radialista e fez denúncias de desvios de verbas na empresa SAAE. Em um dos casos, Adalbertou apontou irregularidades na verba de 5 milhões de reais destinada ao SAAE para a perfuração de poços na zona rural de Juazeiro, no segundo semestre de 2016.
O ex-coordenador foi assassinado, logo após sair da entrevista, na porta de sua residência.
Entenda o caso
Em um inquérito iniciado na Polícia Civil e finalizado pelo Ministério Público da Bahia (MPBA), o promotor Raimundo Moinhos denunciou Joaquim Neto, diretor-presidente do SAAE de Juazeiro, e os vigilantes da empresa, David Roger Paixão Reis e Gabriel Gomes Amaral, por participação no crime. Eles foram indiciados por homicídio triplamente qualificado.
No inquérito, o promotor diz que após as eleições municipais de 2016 e a mudança na gestão, a vítima foi afastada do seu cargo de Coordenador da Defesa Civil, órgão que opera junto ao SAAE, não sendo renomeado até o dia da sua morte. Adalberto teria ficado insatisfeito com o seu afastamento do cargo e reuniu documentos que constatavam irregularidades no uso de verbas públicas, a exemplo da verba de 5 milhões de reais destinada ao SAAE para a perfuração de poços na zona rural de Juazeiro, no segundo semestre de 2016.
O inquérito expõe ainda que a vítima chegou a procurar Joaquim Neto para questionar sobre a sua renomeação, e informando que tinha provas documentais que poderiam prejudicar o acusado e a administração municipal, fazendo com que Joaquim afirmasse que iria considerar a renomeação da vítima. Após essa conversa, Adalberto passou a receber ameaças de morte, fato que o fez procurar o radialista Waltermário Vieira Pimentel, para denunciar diversos desvios de verbas, levando consigo documentos que comprovavam as irregularidades.
Durante o encontro com o radialista, a vítima teria informado que o ex-prefeito de Juazeiro, Isaac Carvalho, estaria disposto a acabar com ele, e como retaliação, Adalberto anunciou que iria divulgar os documentos, diz o inquérito.
O documento também informa que após a conversa com o radialista, a vítima foi para a sua residência e ao chegar ao local, foi surpreendido pelos assassinos, que estavam em uma motocicleta. A pasta com os documentos que estavam com Adalberto teria desaparecido da cena do crime.
O processo já foi encaminhado para a Justiça e uma audiência, com a presença dos denunciados, deverá ser marcada em breve.
“Armação Política”
O diretor do SAAE nega a acusação. Segundo ele, em nota enviada a imprensa, MP-BA se baseou em boato espalhado pelo radialista Waltermario Pimentel, “notório inimigo político nosso e já condenado por calúnia e difamação” .
Dizendo-se indignado com o envolvimento do seu nome no inquérito que investiga o assassinato de Adalberto Gonzaga, Joaquim Neto disse ainda que jamais teve inimizade com a vítima, “nem teria qualquer motivo para atentar contra ele, uma vez que não houve nenhuma irregularidade nos convênios da Defesa Civil e que havia encaminhado à nomeação de Adalberto na gestão que se iniciava, procedimento burocrático normal. Joaquim assegura que tem consciência tranquila, vai provar sua inocência e processar os caluniadores”, diz a nota.
“É preciso destacar que neste inquérito, folhas de 39 a 50, a viúva e o irmão de Adalberto afirmam que a morte dele deve estar ligada a um processo que ele respondia desde 2009, por tentativa de assassinato. ‘As autoridades estão sendo induzidas a erros que logo vamos procurar esclarecer’, afirma em nota o diretor do SAAE”, finaliza a nota enviada a imprensa.
Da Redação Preto no Branco

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