Indignado por ter o estabelecimento alvo de assaltos por quatro vezes, o comerciante Renê Uillians Santos Ferreira, proprietário de um supermercado promoveu o "velório" e "sepultamento" da segurança pública. O comércio do empresário está localizado no bairro Curral Novo, em Jequié, sudoeste da Bahia.
Ferreira detalha que colocou um caixão na frente do estabelecimento, na quarta-feira (22), e em seguida promoveu, ao lado de amigos, uma caminhada com o objeto até frente do cemitério da cidade. O empresário contou ao G1 nesta quinta-feira (23) que é comerciante na cidade há sete anos e o local já foi alvo de assaltantes por quatro vezes.
O caso mais recente foi na última segunda-feira (20). O proprietário contou que foi assaltado quando saía do supermercado e os criminosos levaram malotes de dinheiro que seria levado para depósito.
"Considero que foi um assalto ao estabelecimento porque eu levava um dinheiro de um correspondente bancário [que recebe pagamentos e depósitos financeiros] que funciona dentro do meu supermercado. Aqui perto ainda [do supermercado], dois homens armados pararam o carro que eu estava com meu irmão e tivemos que descer", relata. A Polícia Militar ficou de se posicionar sobre o caso ainda nesta quinta-feira.
Além do velório simbólico dois dias após o assalto, o comerciante "enterrou" a segurança pública ao lado de moradores do bairro onde mora. "Se a nossa segurança no bairro está morta vamos velar e enterrar. O dinheiro levado era para pagar ao banco, como não paguei, eles bloquearam meu correspondente", contou Renê.
Por causa da falta de pagamento, o empresário confessa não saber o que fazer. "Eu estou em débito e o banco já me informou que poderei fazer um parcelamento, mas ainda assim estou desesperado. Agora com o fechamento do correspondente bancário daqui do meu supermercado, as pessoas da região vão ter que andar uns seis quilômetros para fazer pagamentos no centro da cidade", explica.
De acordo com Ferreira, outro supermercado que ele tinha no bairro Km-4 foi fechado por conta dos assaltos. "O mercado já não se sustentava mais por conta dos assaltos. Já vivo indignado por conta dessas constantes situações", conclui.
De acordo com o delegado de furtos e roubos da cidade, o comerciante deixou para registrar o caso no dia seguinte ao assalto e isso, segundo ele, atrapalha as investigações. "O assalto ocorreu na segunda-feira e ele só procurou a polícia na terça-feira. É bom quando nos avisam rapidamente para atuarmos de imediato. Ainda não sabemos quem foi, mas suspeitamos que o assalto teve participação de alguém vinculado à empresa", explicou.
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