Uma forte onda de calor que atinge várias cidades do noroeste dos Estados Unidos e do Canadá vem fazendo com que termômetros registrem temperaturas recordes e pode ter sido a causa de dezenas de mortes em Vancouver.
Nesta terça-feira (29/06), o serviço meteorológico do Canadá registrou uma temperatura recorde pelo terceiro dia consecutivo, com 49,5 ºC em Lytton, na província da Colúmbia Britânica, a 250 quilômetros de Vancouver.
Segundo dados divulgados pela Real Polícia Montada do Canadá nesta quarta-feira, ao menos 134 pessoas morreram subitamente em Vancouver desde a última sexta. A maioria das vítimas eram idosos ou pessoas com problemas de saúde.
Por sua vez, o departamento de polícia da cidade registrou mais de 65 mortes súbitas, a maioria delas associadas ao calor. Outros municípios canadenses também reportaram chamadas sobre vários casos de morte súbita.
O calor forçou o fechamento de escolas e de centros de vacinação contra a covid-19 na região de Vancouver. As autoridades instalaram fontes de água e estações de resfriamento nas ruas da cidade. Ventiladores e aparelhos de ar-condicionado portáteis se esgotaram nas lojas.
Em meio às mudanças climáticas, cientistas apontam que temperaturas recordes vêm sido registradas com maior frequência. Em termos globais, a década até 2019 foi a mais quente já registrada. Além disso, os últimos cinco anos foram os mais quentes dos quais se tem registro.
Calor e incêndios nos EUA
A onda de calor intenso que atingiu do estado de Óregon, nos Estados Unidos, até os territórios árticos do Canadá, é atribuída a uma região de alta pressão que vem fazendo com que o ar quente fique preso na região.
Nas cidades de Portland e Seattle, no noroeste dos EUA, temperaturas atingiram níveis jamais vistos desde o início dos registros, nos anos 1940, chegando a 46 ºC.
Em combinação com uma forte seca, as temperaturas sem precedentes criaram as condições ideais para focos de incêndios. No limite dos estados americanos da Califórnia e Óregon, as chamas já consumiram mais de 600 hectares de vegetação.
Biden culpa aquecimento global
Fazendo referência à onda de calor, o presidente americano, Joe Biden, afirmou que os Estados Unidos precisam de uma infraestrutura melhor para se preparar para o calor extremo.
"Alguém acreditava que teríamos 116 graus (Fahrenheit, 46 ºC) em Portland, Óregon? Mas não se preocupem, não há aquecimento global, porque ele é apenas um fruto da nossa imaginação", disse o presidente, criticando negacionistas das mudanças climáticas.
rc/lf (AFP, AP)
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