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Nos últimos dias, amigos do policial reforçaram a estrutura da jaula para evitar que a estrutura ceda. “Todos os dias eu arriscava a minha vida na rua, na viatura, pelas outras pessoas. Não custa nada agora arriscar a minha vida por mim mesmo”, declarou o PM.

A mãe de Jurandir, Maria José de Jesus, 72, tem esperanças de que o filho seja libertado. “Deus sabe que ele é inocente. Meu filho está ali, passando fome. Quem é mãe sabe a dor que eu estou sentindo, mas eu acredito que alguém vai tirar ele dali. Com saúde, eu sei que ele não sai, mas sai vivo”, afirmou.

Da jaula que ele mesmo construiu, Jurandir prefere não falar da família. A filha mais velha completa 17 anos no próximo dia 8 e o policial lamenta que o aniversário se passe nessa situação. “Só saio daqui com uma solução ou então morto”, declara.

Condenação – Em 2009, Jurandir Santana de Jesus foi julgado e condenado a 15 anos de prisão pela morte do empresário Carlos Aníbal Santana Vieira. Desde 2004, o policial tenta provar sua inocência. Ele ficou preso por um ano e 11 meses, quando foi solto por meio de um Habeas Corpus. Segundo ele, há a possibilidade de que fique preso novamente por um período de sete meses a um ano, para só depois responder em liberdade.

Santana afirma estava trabalhando no dia do crime e que há provas de sua inocência que não foram avaliadas. Para ele “o júri se equivocou”. Segundo o acusado, que trabalhava há 15 anos como policial, a Polícia Militar tem lhe dado apoio e nunca o desamparou.

O advogado do policial, Osvaldo Emanuel Almeida, entrou com um embargo no Tribunal de Justiça solicitando que a prova de que o policial estava de plantão em Itapuã no momento do crime seja analisada. "O Tribunal de Justiça não quer se manifestar. Entrei com embargo para o Tribunal possa analisar essa prova em agosto. O prazo máximo para resposta era de 72 horas, mas até agora o Tribunal não se pronunciou", critica o advogado.

O caso ainda cabe pedido de revisão criminal para que o Tribunal reavalie os fatos. "Não adianta eu solicitar se não houver comprometimento de olhar com os olhos da Justiça, não da passionalidade. Mas se o Ministério Público, que é o titular da ação, der esse apoio, temos 70% do caminho andado. Por isso, vou me encontrar com o promotor David Gallo hoje para marcar uma visita dele ao Calabetão para conversar com Jurandir", explica.

Com a revisão criminal, o TJ pode considerar o réu inocente ou encaminhar o processo para um novo júri popular.

Inocência - O advogado de defesa alega que na época do crime Jurandir não conhecia os empresários Marcus Vinícius Luchtemberg e Olegar Luchtemberg Filho, condenados como mandantes do crime. "Ele só conheceu os empresários 60 dias após o crime, quando foi indicado para acertar uma segurança de um galpão deles. Na ocasião, ele contratou o autor dos disparos contra Aníbal, que foi reconhecido pelo filho da vítima", explica Osvaldo Emanuel.

De acordo com o advogado, uma testemunha, um policial militar, disse que tinha visto uma pessoa próxima ao local do crime parecida com Jurandir. "No julgamento, ele disse que tinha a aparência física de Jurandir, mas que não tinha como confirmar (que era ele). Faltou na defesa dele deixar claro a prova que ele estava trabalhando, portanto não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo".

A reportagem de A TARDE entrou em contato com a assessoria da Polícia Militar e aguarda retorno. O Capitão Marcelo Pita é o único na PM a falar sobre o assunto. O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) não comenta o caso.

A TARDE.

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